- PARTE 1

                        AUTOCONHECIMENTO Um homem tem muitas peles, cobrindo as                               profundezas do seu coração. O homem conhece muitas,                                                     muitas coisas; ele não                              conhece a si mesmo. Ora, trinta                           ou quarenta peles ou couros, como que de boi                              ou urso,                         muito espessas e duras, cobrem a alma. Entre no seu próprio território                         e aprenda a conhecer-se lá. Meiter Eckhart

É com frequência trágica ver o quão evidentemente um homem estraga a própria vida e a vida de outros e, ainda assim, permanece totalmente incapaz de ver que toda a tragédia tem origem nele mesmo e como ele continuamente a alimenta e a mantém em curso. Não conscientemente, é claro – pois conscientemente ele está engajado em lamentar um mundo pérfido que se perde cada vez mais na distância. Antes é um fator inconsciente que tece as ilusões que vela o seu mundo. C. G. Jung9

Iniciamos a Parte 1 com um trecho de uma das primeiras palestra do Guia. Esta trata da felicidade, notando que ela é algo pelo qual todos nós ansiamos, ao mesmo tempo em que tendemos a culpar circunstâncias externas por quaisquer sentimentos de infelicidade que possamos ter.

O Guia imediatamente enuncia a doutrina da responsabilidade própria: “O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem de ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias exteriores, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender os seus desejos e quando isso for alcançado, a felicidade se evidenciará. Os que estão amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário”. E também: “a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas, não importa quão esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia. A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de si mesma, mas então, inevitavelmente, também na sua vida externa”.

Essa doutrina é a primeira pedra fundamental sobre a qual está baseado método Pathwork de autotransformação. O Guia afirma que não se exige que uma pessoa acredite nisso para que comece o trabalho. Mas é preciso que pelo menos se tenha a mente aberta para a possibilidade de que isso possa ser verdade. Em relação a essa ideia, bem como em relação a muitas outras que se seguirão, nós somos instados a pôr de lado velhas certezas e a abrir nossas mentes para novas possibilidades.

Este caminho, o Pathwork, não requer que acreditemos em quaisquer dogmas específicos ou que sejamos adeptos de algum credo. Antes, são nos dadas ideias e métodos para que experimentemos, trabalhemos com eles e os ponhamos em prática. Caso os métodos funcionem, nós o sabemos pelos resultados. Se as ideias derem frutos, se nos auxiliarem a compreender melhor a nós mesmos e a viver de forma mais feliz e produtiva, então elas se tornarão verdadeiramente nossas; elas serão conhecidas e não apenas artigos de crença.

A primeira chave para a felicidade, diz o Guia, é o autoconhecimento. Esta seria uma afirmação incontroversa; certamente, todas as pessoas cultas concordariam que o autoconhecimento é de inestimável valor. Então, por que ele é tão difícil de alcançar? Talvez porque ninguém goste de ouvir verdades desagradáveis e pouco lisonjeiras a seu respeito, verdades que são no entanto, as mais importantes que possamos conhecer. As palestras contidas na Parte 1 mostram como é importante para nós conhecer todas aquelas partes de nós mesmos que insistimos em negligenciar e esquecer.

Na psicologia junguiana o termo “sombra” é empregado para descrever aquela parte de nós preferimos não carregar em nossa mente consciente, que empurramos para a escuridão e esperamos esquecer. No sistema do Pathwork esse complexo de falhas de caráter e negatividade é denominado “o Eu Inferior”. Ocultando o Eu Inferior existe uma Máscara, uma autoimagem idealizada, uma representação glorificada de quem achamos que devêramos ser, e que tentamos fingir que somos.

Os estágios iniciais do Pathwork concentram-se basicamente no aprendizado de como penetrar na Máscara e então em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se oculta sob ela; isso porque são essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu Superior – aquela centelha de divindade interior que se encontra no âmago de cada um de nós. As primeiras palestras instam-nos a sondar destemidamente aquelas partes de nós mesmos que mais desejamos esconder e fornecem-nos ferramentas práticas para a realização desse trabalho. Primeiro aprendemos a enxergar e avaliar as nossas atividades e emoções cotidianas – material que é totalmente consciente e que apenas aguarda que voltemos para ele a nossa atenção integral. Então aprendemos como detectar os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes subconscientes. Coisas impressionantes serão descobertas; prepare-se para ficar surpreso.  Até aqui publicado no face

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