4 Ken Wilber, No Boundary. Center Publications, 1979, p. 123. [A consciência sem Fronteiras. Editora Cultrix. São Paulo.] 118
Saudações a todos os meus amigos aqui presente. Amor e bênçãos, ajuda e força interior estão vindo para sustentá-los e ajudá-los a abrir o seu Ser mais íntimo. Espero que vocês prossigam com esse processo e o cultivem, de forma a trazer para a vida todo o seu Ser – criando em todos a plenitude.
Existem muitos tipos diferentes
de meditação. A meditação religiosa consiste em recitar preces consagradas.
Existem meditações que visam principalmente aumentar o poder de concentração;
em outro tipo de meditação, as leis espirituais são contempladas e tornadas
objeto de profunda reflexão. Existe também aquela meditação em que o Ego é
tornado completamente passivo e sem vontade, permitindo que o Divino flua por
se mesmo.
Essas e outras formas de
meditação podem ter mais ou menos valor; porém, a minha sugestão para os amigos
que trabalham comigo é que, em vez disso, usem o tempo e a energia disponível
para confrontar aquela parte do ser que destrói a felicidade, a realização e a
integridade. Jamais lhe será possível criar a integridade à qual você realmente
aspira, quer esse objetivo seja especificado ou não, caso você passe ao largo
dessa confrontação. Essa abordagem inclui dar voz ao aspecto
recalcitrante do Eu egoísta e destrutivo que, por alguma razão, nega a
felicidade, a satisfação e a beleza.
Para realmente compreender a
dinâmica, o significado e o processo da meditação, e para extrair dela o máximo
benefício, você deve ter uma ideia clara acerca de certas leis psíquicas. Uma
delas é que, para que a meditação seja realmente eficaz, três camadas da
personalidade devem estar ativamente envolvidas.
A esses três níveis fundamentais da personalidade podemos chamar:
(1) O nível do Ego consciente, com todo
o conhecimento e vontade conscientes;
(2) O nível da Criança egoísta inconsciente, com
toda a sua ignorância, destrutividade e todos os seus protestos de onipotência;
e
(3) O Eu Universal supraconsciente, com a sua
sabedoria, seu poder e amor superiores, bem como sua compreensão abrangente dos
eventos da vida humana.
Na meditação eficaz, o Ego
consciente ativa tanto o Eu inconsciente, egoísta e destrutivo quanto o Eu
Universal Superior, supraconsciente. É necessário que ocorra uma interação
constante entre esses
três níveis, o que requer uma grande vigilância do seu Ego consciente.
O ego como mediador
O Ego consciente tem de
estar determinado a permitir que o Eu egoísta inconsciente se revele, se
desdobre, se manifeste na consciência, se expresse. Isso
não é tão difícil nem tão fácil quanto possa parecer. É difícil, meus amigos,
exclusivamente por causa do medo de não ser tão perfeito, evoluído, bom,
racional, tão ideal quanto se quer ser, ou mesmo se finge ser, de forma que na
superfície da consciência o Ego quase fica convencido de ser a autoimagem
idealizada. Essa convicção superficial é constantemente contrariada pelo
conhecimento inconsciente de que essa imagem é falsa, com o resultado de que,
secretamente, a personalidade como um todo se sente fraudulenta e apavorada com
a possibilidade de se expor. É um importante sinal de autoaceitação e
crescimento o fato de um ser humano ser capaz de permitir que a sua parte
egoísta, irracional e destrutiva se manifeste na consciência interior e a
reconheça em todos os seus detalhes específicos. Somente isso impedirá uma
perigosa manifestação indireta, da qual a consciência não se dá conta por não
ter ligação com essa parte, de forma que os resultados indesejáveis parecem vir
de fora.
Portanto, o Ego consciente
tem que se voltar para dentro de si mesmo e dizer: “O que quer que esteja em
mim, o que quer que esteja oculto e que eu deveria saber a meu próprio
respeito, qualquer negatividade e destrutividade que exista deve vir para o
campo aberto. Eu quero vê-lo, eu me comprometo a vê-lo, não importa o quanto
isso fira a minha vaidade. Quero ter consciência do quanto eu deliberadamente
me recuso a ver a minha parte sempre que estou num impasse e, portanto,
concentro-me exageradamente nos erros alheios”. Esse é um caminho para a
meditação.
O outro caminho tem de ser na
direção do Eu Superior Universal, que tem poderes que superam as limitações do
Eu consciente. Esses poderes superiores também devem ser invocados para expor o
pequeno Eu destrutivo, de forma que essa resistência possa ser superada. A
vontade do Ego, por si só, pode ser incapaz de fazê-lo, mas o seu Ego
consciente e autodeterminado pode e deve convocar a ajuda dos poderes mais
elevados. Deve-se também pedir a ajuda da Consciência Universal para que você
compreenda corretamente as expressões da Criança destrutiva, sem exageros, de
tal modo que você não passe do extremo de ignorá-la para o de transformá-la num
monstro. Uma pessoa pode facilmente flutuar de um auto engrandecimento exterior
para uma autodepreciação interior e oculta. Quando criança destrutiva se
revela, a pessoa pode tornar-se presa da convicção de que esse Eu destrutivo é
a triste realidade final. Para que tenha uma perspectiva completa sobre a
revelação da Criança egoísta, a pessoa precisa pedir constantemente a
orientação do Eu Universal.
Quando a criança começa a se
expressar mais livremente, porque o Ego o permite e a recebe como um ouvinte
interessado, aberto, como um ouvinte que não julga, colete esse material para
mais estudos. O que quer que se revele deve ser explorado em busca das
origens, dos resultados e de outras ramificações. Pergunte a si mesmo que
concepções errôneas são responsáveis pelo ódio, pelo rancor, pela maldade ou
por quaisquer sentimentos negativos que sobem à superfície. Quando as
concepções errôneas são identificadas, a culpa e o ódio por si mesmo diminuem
proporcionalmente.
Outra pergunta a ser feita é:
quais são as consequências quando você cede aos impulsos destrutivos em nome de
uma satisfação momentânea? Quando questões como essas são claramente
desvendadas, os aspectos destrutivos se enfraquecem – novamente em proporção à
compreensão da relação particular de causa e efeito. Sem essa parte do
Pathwork, a tarefa fica pela metade. A meditação deve tratar de todo o problema
da negatividade inconsciente, passo a passo.
A interação é tripla. O Ego observador deve
inicialmente querer explorar o interior, expor o lado negativo e comprometer-se
com essa tarefa. Ele também tem de pedir a ajuda do Eu
Universal. Quando a criança se revelar, o Ego deve novamente pedir ajuda do Eu
Universal para fortalecer a consciência para o trabalho restante, que é a
exploração das concepções errôneas subjacentes e do alto preço pago por elas. O
Eu Universal pode ajudá-lo – se você o permitir – a superar a tentação de ceder
sempre aos impulsos destrutivos, o que não resulta necessariamente em ação, mas
pode se manifestar em atitudes emocionais.
A atitude meditativa
Uma tal meditação exige muito
tempo, muita paciência, perseverança e determinação. Lembre-se que onde quer
que você esteja insatisfeito, onde quer que haja problemas, onde quer que
exista conflito na sua vida, você não deve se concentrar com pesar sobre os
outros ou sobre circunstâncias fora do seu controle, mas procurar dentro de si
mesmo e explorar as causas enraizadas no seu nível infantil egocêntrico. Aqui a meditação é um pré-requisito
absoluto: ela significa concentrar-se no seu próprio interior e calma,
silenciosamente, querer conhecer a verdade dessa circunstância particular e
suas causas. Então você precisa calmamente esperar por uma
resposta. Nesse estado mental, a paz chegará a você antes mesmo que compreenda
totalmente por que tem esse tipo de negatividade. Essa abordagem verdadeira da
vida já dará a você uma medida de paz e do respeito próprio que lhe faltavam
enquanto responsabilizava outras pessoas pelo que você tinha de sofrer.
Caso você pratique essa
meditação, descobrirá um lado seu que jamais conhecera antes. De fato, virá a
conhecer dois aspectos: os mais elevados poderes universais vão comunicar-se
com você para ajudá-lo a descobrir o seu lado mais destrutivo e ignorante, o
qual necessita de percepção, de purificação e de mudança. Através da sua
disposição para aceitar o seu Eu Inferior, o Eu Superior vai se tornar uma
presença mais real em você. De fato, você vai experimentá-lo cada vez mais com
o seu Eu Verdadeiro.
Muitas pessoas meditam, mas elas
negligenciam a bilateralidade da realização e, portanto, perdem em integração.
Com efeito, elas podem perceber alguns dos poderes universais que entram em
jogo sempre que a personalidade é suficientemente livre, positiva e aberta, mas
as áreas não livres, negativas e fechadas são negligenciadas. Os poderes
universais percebidos não irão, por si sós, garantir uma integração com a parte
não desenvolvida da personalidade. O Ego consciente tem de se decidir por essa
integração e lutar por ela, do contrário, o Eu Universal não pode chegar até as
áreas bloqueadas. Uma integração apenas parcial com o Eu Universal pode
resultar num engano ainda maior se a consciência for iludida pela integração
parcial que realmente existe com os poderes divinos e se tornar mais propensa
ainda a ignorar o lado negligenciado. Isso causa um desenvolvimento distorcido.
As mudanças proporcionadas Pela
meditação do Pathwork
Quando você passa por todo o
processo, ocorre um tremendo fortalecimento de todo o seu Eu. Muitas coisas
começam a acontecer dentro da sua personalidade, meu amigo. Em primeiro lugar,
o seu Ego-personalidade consciente fica mais forte e mais saudável. Ele será
mais forte num sentido bom, descontraído, com mais determinação, consciência,
direção significativa e um maior poder de concentração com atenção focalizada.
em segundo lugar, você vai cultivar uma maior autoaceitação e compreensão da
realidade. O ódio e o desagrado consigo mesmo, irreais, vão desaparecer.
Pretensões igualmente irreais de ser especial e perfeito também cessam. O
orgulho e a vaidade espiritual, bem como a auto humilhação e a vergonha, todos
falsos, desaparecem. Por meio da constante ativação dos poderes superiores, a
personalidade se sente cada vez menos desamparada, abandonada, perdida,
desesperançada ou vazia. Todo o sentido do Universo em todas as suas
maravilhosas possibilidades, revela-se de dentro para fora, à medida que a
realidade desse mundo mais amplo lhe mostra o caminho para aceitar e modificar
a sua Criança interior destrutiva.
Essa mudança gradual torna-o
capaz de aceitar todos os seus sentimentos e permitir que a energia flua
através do seu ser. Quando o seu lado pequeno, mesquinho, é aceito sem
pensar que ele é a realidade total, final, então a beleza, o amor, a sabedoria
e poder infinitos do Eu Superior tornam-se mais reais. O fato de lidar
com o seu Eu Inferior conduz a um desenvolvimento e uma integração
equilibrados, bem como a um senso profundo e reconfortante da sua própria
realidade. O resultado será uma autoestima realista e bem fundada.
Quando você vê a verdade em si
mesmo e a sua vontade de comprometer-se com essa verdade se torna uma segunda
natureza, você localiza em si mesmo um lado feio, que até então tinha muita
resistência em ver. Ao mesmo tempo, você descobre também esse grande poder espiritual,
universal, que está em você e que de fato é você. Por mais
paradoxal que possa parecer, quanto mais você é capaz de aceitar a pequena
criança ignorante no seu interior sem perder o senso do seu próprio valor, mais
vai perceber a grandeza do seu Ser mais interior, desde que não use as suas
descobertas a respeito do pequeno Eu para se desvalorizar. O Eu Inferior
quer seduzir o Ego
consciente, levando-o a permanecer nos estreitos limites da
autopunição neurótica, da desesperança e da capitulação mórbida, que sempre
encobrem um ódio não expresso. O Ego consciente tem de evitar esse estratagema usando
todo o seu conhecimento e todos os seus recursos. Observe em si mesmo esse
hábito de maltratar-se, de desesperança e capitulação, e neutralize-o — não
empurrando-o para o subterrâneo novamente, mas usando o que você sabe.
Conversando com essa parte de si mesmo, você pode fazer atuar sobre ela todo o
conhecimento do seu Ego
consciente. Se esse não for suficiente, invoque os poderes além
da sua consciência para que venham em sua ajuda.
À medida que passa a conhecer o
mais baixo e o mais elevado em si mesmo, você começa a descobrir a função, as
capacidades, mas também as limitações do Ego consciente. No nível consciente, a
função do Ego é querer ver toda a verdade tanto do mais inferior quanto do mais
elevado em você, querendo, com todas as suas forças, mudar e abandonar a
destrutividade. A limitação é que o Ego-consciência não pode executar isso sozinho
e deve voltar-se para o Eu Universal para obter ajuda e orientação, e esperar
pacientemente, sem duvidar nem forçar as coisas. Essa espera requer uma
atitude aberta a respeito da maneira como a ajuda pode se manifestar.
Quanto menos ideias preconcebidas se tem, mais rapidamente a ajuda surge
e se faz reconhecer. A ajuda da Consciência Universal pode vir de uma maneira totalmente
diferente daquelas que os seus conceitos podem proporcionar.
A reeducação do eu destrutivo
Até aqui, temos discutido
duas fases do processo de meditação: primeira, o reconhecimento do Eu
inconsciente destrutivo e egoísta e, então, a compreensão das concepções
errôneas subjacentes, as causas e os efeitos, o significado e o preço a ser
pago pelas atitudes destrutivas atuais. A terceira fase é a
reorientação e reeducação da parte destrutiva do Eu. A Criança destrutiva agora
não é mais inteiramente inconsciente. Essa Criança, com suas falsas crenças,
com sua resistência obstinada, tem que ser reorientada. A reeducação, contudo,
não pode acontecer a menos que você esteja completamente consciente de cada
aspecto das convicções e atitudes dessa Criança destrutiva. É por isso
que a primeira parte da meditação — a fase reveladora, exploratória — é tão
fundamental. Não é preciso dizer que essa primeira fase não é algo que
termina, de forma que a segunda, e mais tarde a terceira, possam começar. Esse
não é um processo sequencial; as fases se interpenetram.
O que eu vou dizer agora deve ser
recebido com muito cuidado, do contrário as sutilezas envolvidas não serão
compreendidas. A reeducação poderia facilmente ser malcompreendida, conduzindo
a uma supressão ou repressão renovada da parte destrutiva que está começando a
se desdobrar. Você tem que tomar muito cuidado e procurar deliberadamente
evitar isso, sem porém permitir que a parte destrutiva o engolfe. A melhor
atitude em relação à parte destrutiva em desenvolvimento é a observação
desapegada, a aceitação sem julgamento e sem punição. Quanto mais ela se
desdobra, mais você deve lembrar a si mesmo que nem a verdade da sua existência
nem as suas atitudes destrutivas são definitivas. Elas não são as únicas
atitudes que você tem, nem tampouco são absolutas. Acima de tudo, você possui o
poder inerente de mudar qualquer coisa. Talvez lhe falte o incentivo para mudar
quando não está plenamente consciente do dano que a sua parte destrutiva causa
na sua vida enquanto não é reconhecida. Portanto, outro importante aspecto
dessa fase da meditação do Pathwork consiste em procurar profunda e amplamente
por manifestações indiretas. Como o ódio não expresso se manifesta na sua vida?
Talvez através de um sentimento de desmerecimento ou medo, ou ainda pela
inibição das suas energias. Esse é apenas um exemplo; todas as manifestações
indiretas têm que ser exploradas.
É importante aqui que você se
lembre que onde há vida existe constante movimento, mesmo que esse movimento
esteja temporariamente paralisado; a matéria é substância vital paralisada. Os
blocos de energia congelada no seu corpo são formados de substância vital
momentaneamente endurecida, imobilizada. Essa substância sempre pode ser posta
novamente em movimento, mas se a consciência pode fazê-lo, pois a substância
vital é cheia de consciência, assim como a energia. Quer essa energia esteja
momentaneamente bloqueada e congelada, quer essa consciência esteja
momentaneamente obscurecida, não importa. A meditação tem que significar, acima
de tudo, que a parte de você que já está consciente e em movimento quer
realmente movimentar a energia bloqueada e a consciência obscurecida. A melhor
maneira de fazer isso é permitindo que a consciência congelada e obscurecida,
antes de mais nada, se expresse. Aqui você precisa de uma atitude receptiva, em
vez de considerar aquilo que se revela como catastrófico e devastador. A
atitude de pânico em relação á própria Criança destrutiva que se revela causa
mais danos que a Criança em si. Você precisa aprender a escutá-la, a
absorvê-la, a receber calmamente suas expressões sem odiar a si mesmo, sem
empurrar a Criança para longe. Somente com uma atitude assim é que você
pode entender as causas da sua destrutividade subjacente. Só então o processo
de reeducação pode começar. A atitude de negação, de pânico, de medo, de auto
rejeição e exigência de perfeição que você normalmente tem torna impossíveis
todas as etapas dessa meditação. Essa atitude permite o desdobramento; não
permite a explicação das causas do que pode ser desdobrado; e ela certamente
não permite a reeducação. É a atitude de aceitação e compreensão que capacita o
Ego consciente
a afirmar seu domínio benigno sobre a matéria psíquica violentamente destrutiva
e estagnada. Como eu já disse muitas vezes, gentileza, firmeza e profunda determinação
contra a sua própria destrutividade são necessárias. É um paradoxo:
identificar-se com a destrutividade e ainda assim, ficar distanciado dela.
Aceitar que isso é você, mas também saber que existe outra parte de você
que pode dar a última palavra, caso seja essa a sua escolha. Para
isso, você precisa ampliar os limites das expressões do seu Ego consciente para
incluir a possibilidade de dizer a qualquer momento: "Serei mais forte que
a minha destrutividade e não serei tolhido por ela. Eu determino que a minha
vida será a melhor e mais plena possível e que eu posso e vou superar os
bloqueios que existem em mim, que me fazem querer permanecer infeliz.
Essa determinação vai trazer para mim os poderes superiores que me farão capaz
de experimentar mais e mais bemaventurança porque poderei abandonar o prazer
dúbio de ser negativo, o que agora reconheço plenamente." Essa é a tarefa
do Ego consciente. Então, e só então, ele também pode invocar os poderes de
orientação, sabedoria, força e um novo sentimento interior de amor que vêm do
fato de ser integrado pelo Eu Universal.
Pois a reeducação também tem que
acontecer através do relacionamento dos três níveis interativos, da mesma forma
que isso foi necessário para tornar consciente o lado destrutivo e explorar o
seu significado mais profundo. A reeducação depende dos esforços tanto do Ego
consciente, com suas instruções para a Criança ignorante e que tem que ser
deliberadamente ativada. Aqui a consciência tem de adotar uma abordagem dupla:
uma é a atividade que afirma o seu desejo de transformar os aspectos
derrotistas, conduzindo o diálogo e, calma mas firmemente, a Criança ignorante.
A outra é uma espera mais passiva e paciente pela manifestação final, mas
sempre gradual, dos poderes universais. São eles que produzem a mudança
interior quando os sentimentos levam a reações novas e mais flexíveis. Assim,
bons sentimentos substituirão aqueles que eram negativos ou amortecidos.
Apressar e pressionar a parte
resistente é tão inútil e ineficaz quanto aceitar a sua recusa direta a se
curvar. Quando o Ego
consciente não reconhece que existe uma parte do Eu que
realmente recusa cada passo em direção à saúde, ao egoísta e para o diálogo com
ela, como da intervenção e da orientação do Eu Universal, Espiritual. Cada um à
sua própria maneira irá realizar o amadurecimento gradual dessa Criança. Para
mudar a consciência da Criança negativa interior, o Ego deve querer isso e
comprometer-se a fazê-lo. Essa é a tarefa. Sua completa execução se torna
possível pelo influxo espiritual da personalidade profunda, que tem que ser
deliberadamente ativada. Aqui a consciência tem de adotar uma abordagem dupla:
uma é a atividade que afirma o seu desejo de transformar os aspectos
derrotistas, conduzindo o diálogo e, calma mas firmemente, a Criança ignorante.
A outra é uma espera mais passiva e paciente pela manifestação final, mas
sempre gradual, dos poderes universais. São eles que produzem a mudança
interior quando os sentimentos levam a reações novas e mais flexíveis. Assim,
bons sentimentos substituirão aqueles que eram negativos ou amortecidos. Quando
o Ego consciente não reconhece que existe uma parte do Eu que realmente recusa
cada passo em direção à saúde, ao desenvolvimento e à boa qualidade de vida, o movimento
contrário pode ser de pressão apressada e impaciente. Ambos derivam do ódio a
si mesmo. Quando você se sentir bloqueado e desesperançado, tome isso como um
sinal para buscar aquela parte de si mesmo que diz: "Eu não quero mudar,
eu não quero ser construtivo." Vá e descubra essa voz. Use aqui novamente
o diálogo
meditativo para explorar a si mesmo, e deixe que o pior que
existe em você se expresse.
Essa é a única maneira
significativa pela qual a meditação pode mover a sua vida em direção à
resolução dos problemas, em direção ao crescimento e à satisfação e em direção
ao desenvolvimento do seu melhor potencial. Se você fizer isso, meu amigo,
chegará o tempo no qual a confiança na vida não soará mais como uma teoria vaga
e distante que não pode se transformar em ação pessoal. Em vez disso, sua
confiança na vida, bem como o amor-próprio no seu sentido mais saudável, vai
preenchê-lo mais e mais.
Esses são conceitos muito
importantes e devem ser compreendidos, usados e observados dentro de você
mesmo. Quando a interação tripla acontece no seu interior, sempre há uma
mistura harmoniosa de desejo e ausência de desejo; de envolvimento e
distanciamento; de atividade e passividade. Quando esse equilíbrio se
transforma num estado constante, a Criança destrutiva cresce. Ela não é morta
ou aniquilada. Ela não é exorcizada. Seus poderes congelados tornam-se energia
viva, que você pode realmente sentir como uma nova força vital. Essa Criança
não deve ser morta; ela deve ser instruída para que a salvação possa vir a ela,
liberando-a, levando-a a crescer. Caso trabalhe visando esse objetivo, você
chegará cada vez mais perto da unificação do nível do Ego e do Eu Universal.
Este é um material importante.
Sejam abençoados. Fiquem em paz, fiquem com Deus.
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