Eu lhes trago bênçãos, meus queridos amigos. Em nosso último encontro eu lhes falei sobre as dificuldades deste Pathwork e dos perigos de aproximar-se dele com a ilusão de que umas poucas meditações e alguma fórmula milagrosa farão com que todos os seus problemas terrenos desapareçam.
Um outro grande mal-entendido
é a ideia equivocada de que os meios que eu estou a indicar-lhes para seguir o
Pathwork negligenciam a sua vida em outros sentidos. Alguns
dentre vocês talvez creiam que devotar uma certa quantidade de tempo e esforço
para o seu desenvolvimento espiritual vá tomar muito tempo da sua luta diária
pela sobrevivência; pensam que pode não restar forças suficientes para os seus
esforços profissionais e, portanto, temem que as suas finanças venham a ser
prejudicadas. Outros talvez acreditem que não lhes sobraria muito tempo para
aproveitar a vida, e outras coisas semelhantes.
Essa maneira de pensar, porém,
está muito errada porque o desenvolvimento espiritual em geral, e este Pathwork
em particular, não é uma atividade a mais que você acrescenta simplesmente às
outras atividades, diminuindo assim a força, o tempo, o esforço, e o entusiasmo
que de outro modo estariam disponíveis para todos os outros deveres e prazeres.
Na realidade é exatamente o contrário, meus amigos.
A verdade é que este Pathwork de
purificação representa o fundamento da sua vida. Ele é o solo sobre o qual você
caminha. Quando você decide segui-lo, simplesmente redireciona rumos da sua
vida para diferentes canais. Depois de algum tempo, muito embora os seus
principais problemas não desapareceram de um dia para o outro, essa atitude tem
o efeito de despertar em você uma nova centelha de vida que propicia força,
argúcia, vitalidade e capacidade para gozar a vida como nunca antes, e que até
agora lhe eram desconhecidas.
Dessa forma você terá um melhor
desempenho na sua profissão; você se beneficiara mais dos seus momentos de
lazer; em suma, tirara da vida mais prazer, ao passo que ela é ainda monótona
para a maioria. Esses são os resultados que eu posso prometer se você trabalhar
espiritualmente do modo que eu estou lhe mostrando. Eles não vão se tornar
aparentes de imediato, mas só depois de um certo tempo, após algumas vitórias
interiores. Então você Vera que este Pathwork vale a pena, mesmo considerado do
seu ponto de vista egoísta e mesmo que os seus principais conflitos ainda não
tenham desaparecido.
E isso se deve ao fato de que
neste Pathwork, com o tempo, você Vera onde em seus sentimentos, reações e
pensamentos mais profundos, se não em seus atos, você violou muitas leis
espirituais. Tal percepção vai torná-lo capaz de modificar gradualmente
correntes internas e reações emocionais e isso libertará automaticamente um
poder e uma força vital que antes estavam trancados ou bloqueados. Assim, eu
não lhe prometo um milagre que lhe será dado como uma recompensa do céu, mas
mostro a você de forma simples e lógica que este Pathwork não pode deixar de
funcionar, porque ele é baseado na lei de causa e efeito, que opera de maneira
bastante natural e impessoal.
Portanto, eu lhe peço que não
considere a decisão de trilhar este Pathwork como alguma outra atividade da sua
vida, como tomar aulas de alguma coisa, que poderiam roubar-lhe tempo e esforço
que por sua vez seriam dedicados a outras atividades necessárias ou desejáveis.
Antes, considerem-no como o alicerce da sua vida. Ele a transformará em um todo
bem-integrado pois, caso possa resolver os seus problemas e erros interiores,
você necessariamente, no devido tempo, resolvera também os seus problemas
exteriores.
Nesse momento diapasão, você
obterá tanto mais de todas as boas coisas da vida – felicidade, alegria, prazer
– se a sua alma se tornar saudável novamente, se as suas reações internas
puderem conformar-se à lei espiritual! Só então você será capaz de ser feliz. E
quantas pessoas são capazes de encontrar a felicidade?
Muito poucas, meus amigos, pois
só aqueles que abraçam a vida de todo o coração, sem medo, sem autopiedade, sem
ter medo de serem feridas, seguem uma lei espiritual muito importante. E só
aqueles que podem fazê-lo são capazes de experimentar a verdadeira felicidade.
Assim, tudo o que você fizer na vida terá mais sabor, mais consciência e mais
centelha vital caso siga o Pathwork de autoconhecimento. Isso não tomara mais
tempo que o razoável, de acordo com as circunstâncias da sua vida. Todos vocês
sem exceção são capazes, com um pouco de força de vontade, determinação e uma
organização adequada da sua vida diária, de dedicar em média meia hora por dia
ao seu desenvolvimento espiritual. Você gasta tempo com o seu corpo físico,
alimenta-o, repousa-o e o limpa; certamente você não sente que isso tira alguma
coisa dos seus outros deveres ou prazeres. Você tem como certo que é uma parte
necessária e óbvia da sua vida. Contudo, quando surge a questão de fazer ou não
o mesmo pela sua alma, então medos, duvidas e questionamentos barram o seu
caminho.
Mas eles não podem fazê-lo se
você se der ao trabalho de pensar um pouco sobre o tema do desenvolvimento
espiritual, meus amigos. Contudo, você não está pensando razoavelmente sobre
ele porque não avalia essas duvidas quanto ao seu próprio mérito. Você as tem
porque é inspirado pelo seu Eu Inferior. Enquanto não reconhecer como esse Eu
Inferior funciona, como ele manifesta, e de que maneiras ardilosas ele se
esconde por trás de desculpas fáceis, você não será capaz de dominá-lo.
Não são apenas aquelas
características comumente chamadas faltas ou defeitos que são um obstáculo para
você, e que portanto indiretamente fazem mal aos outros, mas também os seus
medos, que são geralmente considerados defeitos. Você não se dá conta de que os
seus medos causam um grande dano, não apenas na sua própria vida, mas também na
vida dos outros. Eles também ocultam a sua luz de amor, compreensão e verdade.
Por conseguinte, adotar este Pathwork não é apenas uma questão de superar as
suas fraquezas de caráter. A superação do seu medo é de igual importância, pois
enquanto houver medo no seu coração, você causa danos às outras pessoas.
Prometi que mostraria como você deve se portar para
verdadeiramente iniciar este trabalho. Existem muitas maneiras e cada pessoa
reage a elas de modo diferente. Porém, eu darei algumas linhas mestras básicas para serem seguidas
enquanto você traça os seus próprios planos.
Todos vocês sabem que obter o autoconhecimento é de suma importância.
Mas, como isso pode ser feito? O primeiro passo será pensar tão
objetivamente quanto lhe for possível acerca de si mesmo, sobre todas as suas
qualidades e todos os seus defeitos. Escreva uma lista, como eu tenho frequentemente
aconselhado, pois escrever ajuda a concentrar-se e condensar o que você
descobriu até o momento. Isso irá evitar que perca de vista esse conhecimento.
As palavras ali, preto no branco, podem lançar uma nova luz de compreensão e
promover um pouco mais de desprendimento na sua consideração de si mesmo.
Mais tarde, quanto tiver
alcançando mais conhecimento a respeito de si mesmo e das suas tendências
subconscientes, você será capaz de juntar certas peças do conhecimento
adquirido antes, contanto que estejam expressas de maneira clara e concisa.
A lei da fraternidade
Depois de fazer isso
conscienciosamente, o próximo passo é pedir a uma outra pessoa, alguém que o
conheça muito bem, para dizer-lhe honestamente o que pensa a seu respeito. Eu
sei que isso exige um pouco de coragem. Considere-o como o primeiro passo para
superar um pouquinho o seu orgulho. Ao fazê-lo, você terá obtido uma vitória
que já o livrara de uma pequena cadeia interna.
E muito importante não realizar
esse trabalho completamente sozinho. Abrir realmente o seu coração a outra
pessoa traz-lhe uma ajuda espiritual que não pode receber enquanto estiver só.
Isso se deve a lei da fraternidade. Pois pessoas que estão sempre sozinhas, não
impota o quanto trabalhem, o quanto leiam ou estudem, o quanto tentem ser
honestas consigo mesmas, ficam trancadas numa espécie de vácuo que impede uma
compreensão e avaliação de si mesmas, compreensão esta que flui automaticamente
em seu interior quando podem abrir-se para outra alma. Permanecendo só
você viola, de uma forma sutil, a lei da fraternidade.
Não se isolar exige uma certa dose de humildade que não se
instala facilmente no principio, mas que, depois de algum tempo, se torna uma
segunda natureza. Em breve você será capaz de falar abertamente sobre as suas
dificuldades, fraquezas e problemas, e de receber criticas. Isso, naturalmente,
e igualmente saudável para sua alma. Cada um de vocês que já tentou se abrir
confirmara que o simples fato de discutir um problema que guardou para si mesmo
fará com que ele perca as suas proporções exageradas e alguns dos seus aspectos
assustadores.
Ser você mesmo, como você é
realmente, com pelo menos uma pessoa, com um mínimo de máscaras e defesas, e um
excelente remédio. Ao mesmo tempo você oferece um ato de amor à outra pessoa, a
quem você ajuda mais ao mostrar as suas próprias fraquezas humanas do que
tentando parecer superior. O seu parceiro fará o mesmo por você.
Assim, tente organizar
isso com um amigo. Você Vera após algum tempo como será útil e produtivo. Vai
lhe dar algo sobre o que pensar; vocês ajudarão um ao outro e aprenderão muito
sobre fraternidade, humildade, e compreensão desprendida.
Eu aconselho a procurar as
pessoas que o conhecem realmente bem. Não importa em que acreditem, eles vão
respeitá-lo pelo seu sincero esforço para melhorar, para aprender sobre os seus
defeitos e para escutá-los. Você pode pedir da maneira certa, explicando-lhes
que quatro olhos geralmente veem melhor que dois e que você quer melhorar e não
ficara magoado ou aborrecido com eles, mesmo que lhe digam algo que lhe pareça
injusto.
E quando os seus amigos ou seus
familiares realmente lhe disserem os seus defeitos, pense neles com calma.
Alguém pode dizer algo que à primeira vista parecerá inteiramente injusto e
doloroso para você. Você pode também, em todo caso, ficar ainda mais magoado se o que lhe disserem for
verdade. Mesmo que você tenha a sincera convicção de que à critica e uma
injustiça, tente avaliá-la não o obstante. Pode haver nela pelo menos uma
mínima partícula de verdade; a outra pessoa pode vê-lo apenas um pouco
diferente ou vê-lo apenas em um nível superficial. Ele, ou ela, pode não
compreender totalmente o que jaz por sob o seu comportamento, o porquê de você
reagir dessa maneira, e todos os complicados mecanismos do funcionamento da
alma. Ele ou ela pode não escolher as palavras certas, mas a partícula de
verdade no que é dito pode abrir uma nova porta de compreensão para você. Pode até
ser algo inteiramente nova para você, porém com frequência é necessário
considerar a mesma falha ou traço a partir de novos ângulos, sob uma luz
diferente, de modo a compreender os vários efeitos que o mesmo defeito, ou
falhas que começa a reconhecer cada vez mais claramente na sua meditação
diária, e se o seu desejo for verdadeiramente sincero, você terá iniciado da
melhor forma possível.
Treine-se para observar as suas reações interiores quando
lidar com o que há de desagradável dentro de si mesmo. Isso é
de extrema importância. Eu iniciei esta palestra dizendo que o Eu Inferior
resiste constantemente aos seus esforços. Aqui você tem uma maravilhosa
oportunidade de observar o seu Eu Inferior enquanto ele age e reage. Observe-o
como faria com uma outra pessoa; mantenha-se um pouco menos envolvido com ele.
Ponha um pouco mais de distância entre o seu poder de auto-observaçao e a
reação do seu Eu Inferior, do seu Ego, da sua magoa, da sua vaidade, que se
manifestam quando você lida com o lado desagradável da sua personalidade.
Ao reconhecer assim as suas
próprias reações e compreenda-las, talvez encará-las com um pouco mais de
humor, não se levando tão a sério nesse aspecto, você avançara um outro degrau
na escada. Mas eu o advirto a não esperar que essa percepção nasça de um dia
para o outro. Ela significa trabalho constante e, depois de algum tempo de
esforço diário, mesmo que seja por apenas meia hora, você fará progressos.
Chegará o ponto em que sentira com muita clareza a distância entre o seu Eu
Verdadeiro e o seu pequeno Ego magoado, e você poderá levá-lo menos a sério,
sem se envolver muito. Uma vez que você o tenha alcançado, abrir-se-á uma porta
para ainda mais autocompreensão.
Assim, comece por fazer o seu
próprio inventario de falhas. Após ter feito o seu melhor nesse aspecto, após
ter perguntado também a alguém que conheça realmente bem os seus defeitos,
compare as observações dessa pessoa, ou pessoas, com as suas próprias descobertas.
Esses esforços são um maravilhoso começo para todos. Eles não serão em vão, eu
prometo. Se você fizer algum trabalho de auto-observação todos os dias e
meditar sobre as palavras relativas ao tema que estou abordando agora, você
certamente será bemsucedido muito antes que resultados concretos possam
manifestar-se na sua vida. Um sentimento de contentamento e paz profundos
surgira em você com uma frequência muito maior.
Os três principais defeitos
Agora eu vou mencionar os três principais defeitos do caráter humano.
Esses três defeitos fundamentais, dos quais derivam direta ou indiretamente
todas as várias limitações individuais, são a obstinação, o orgulho e o medo. É muito
importante que você os perceba. Você pode não achar que o medo seja um defeito,
mas eu estou lhe dizendo que o é; uma pessoa sem falhas não teria medo.
Todos vocês sabem que o oposto do
medo é o amor, porém esse conhecimento em si mesmo não será suficiente para que
compreenda por que o medo é um defeito. Primeiro você tem que entender
que esses três defeitos são interligados, dificilmente seria possível que você
tivesse um ou dois desses defeitos sem o terceiro. O que pode ser
possível, não obstante, é que, dos três, um ou dois sejam inconscientes,
enquanto o terceiro é fortemente aparente, até para você mesmo.
Portanto, é muito importante que você escreva a sua
revisão diária e confira as suas reações e tudo que tenha sentido durante o dia
em resposta a incidentes que com frequência parecem irrelevantes. Se você
tentar formular concisamente uma das duas reações interiores desagradáveis,
sempre chegará à conclusão que na maior parte das vezes existe um elemento de
medo envolvido nela – medo de que talvez outras pessoas não façam o que você
quer ou não reajam de acordo com o seu desejo. Em outras palavras, se
existe uma forte obstinação, existe automaticamente o medo de que essa vontade
não seja satisfeita ou de que o seu orgulho possa ser ferido. Caso você não
tivesse uma vontade obstinada, não teria que temer que ela não fosse satisfeita.
Se você começar a verificar as
suas impressões ao longo do dia e as suas reações, poderá ver onde se insere o
elemento medo e se ele está ligado com a obstinação e o orgulho, e em que
medida. Então comece a observar essas suas reações internas e a analisá-las
nestes termos sem tentar modificar-se imediatamente, porque os sentimentos não
podem ser mudados por um simples ato de vontade, mas eles vão modificar-se se
você aprender primeiro a observá-los.
A prática da revisão diária é uma poderosa
ferramenta. Você não tem que estar muito avançado no autodesenvolvimento para
realizá-la. Qualquer um pode fazê-lo. Tudo o você precisa fazer é rever o seu
dia e pensar em todos os eventos que, de alguma forma, causaram desarmonia. Mesmo que você não possa compreender porquê,
registre o incidente e o que você sentiu. Quando você o tiver feito por algum
tempo, um padrão evoluirá. Pode ser que este ainda não lhe dê uma pista sobre o
que está errado na sua formação interna, mas você verá pelo menos uma repetição
que aponta para o fato de que deve haver algo em que você está causando a
desarmonia.
Se
eventos ou sentimentos infelizes se repetem constantemente, isso é uma pista
para a sua própria alma. Essas ocorrências repetidas, junto com as suas reações
a elas, podem variar de duas ou três maneiras, mas deve haver um problema
básico subjacente que você pode aprender a reconhecer.
No
momento, isso é tudo que você deve fazer. Não existe nenhum truque mágico em
relação a isso. Depois que você tiver mantido uma revisão diária por algum
tempo, leia todas as anotações e recorde os incidentes, juntamente com as suas
reações. Veja se pode pelo menos pressentir um padrão. Pergunte a si
mesmo: “Onde posso achar o ponto em mim mesmo no qual eu me desvio de alguma
lei divina”? Então comece a pensar nos seus vários defeitos, aqueles que você
já tiver descoberto.
Compare e
relacione esses padrões com a lista de falhas. Indague-se sobre quais são os
seus sentimentos, o que querem realmente as suas correntes de desejo, e se
sentimentos e correntes estão realmente de acordo com a lei divina. Essa é a
maneira de chegar exatamente ao meio deste Pathwork. Sem esta ajuda seria
extremamente difícil, senão impossível, obter o autoconhecimento que é a
essência e a chave deste Pathwork e sem as quais você não pode alcançar a
divindade que habita em você. Isso toma tão pouco tempo, que eu suplico a todos
vocês, em seu próprio benefício, façam-no.
Eu me retiro agora com bênçãos
que estão vindo para cada um de vocês, meus amigos. O amor de Deus toca a
todos. Fiquem em paz, fiquem com Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário