Queridos amigos, saudações. Deus abençoe cada um de vocês. Esta é uma hora abençoada. A maioria dos que trabalham neste Pathwork terminam por abordar uma certa área dos problemas de sua alma na qual encontram dor. Para compreender o significado dessa dor eu gostaria de dar-lhes uma visão geral do processo da sua dissolução.
Em primeiro lugar, façamos
uma recapitulação. A criança sofre com certas imperfeições do amor
e da afeição dos pais. Sofre também por não ser integralmente aceita em sua
própria individualidade. Com isso eu quero me referir à prática comum de tratar
uma criança como uma criança antes que como um indivíduo em particular. Você
sofre com isso, embora talvez nunca tenha tido consciência desse fato nestes
termos ou em pensamentos exatos. Isso pode deixar uma cicatriz tão profunda
quanto a falta de amor e atenção. A prática a que me refiro provoca tanta
frustração quanto a falta de amor ou até mesmo a crueldade.
O clima geral no qual você o
afeta como um choque pequeno mas constante, que frequentemente deixa uma marca
mais forte que uma única experiência chocante e traumática. É por isso que esta
última é geralmente mais fácil de curar que a primeira. O clima constante de
não-aceitação da sua individualidade, bem como a falta de amor e compreensão,
causa aquilo a que se chama neurose. Você aceita esse clima como algo
inevitável. Ele simplesmente está lá e você acredita que tem que ser assim.
Todavia, você sofre com ele. A combinação do sofrimento causado por esse clima
e da crença de que ele é inalterável condiciona-o a desenvolver defesas
destrutivas.
A dor e a frustração originais
com as quais a criança não podia lidar são reprimidas. São retiradas da esfera
da consciência, mas ardem na mente inconsciente. É então que as imagens e os
mecanismos de defesa destrutivos começam a se formar. As imagens que você cria
são mecanismos de defesa. Através das suas conclusões errôneas você busca uma
maneira de lutar contra as influências indesejáveis que criaram a dor original.
As falsas soluções são um meio de lutar contra o mundo, contra a dor e tudo o
mais que você quer evitar.
A dor das falsas soluções
Quando a sua solução falsa é uma
negação do sentimento, do amor e da vida, ela é uma defesa contra a
possibilidade de ser ferido. Somente depois de uma visão considerável de si
mesmo é que você se dará conta de quão irreal e limitado é esse “remédio”. Você
vai querer mudar e vai preferir aceitar a dor à alienação de não sentir nada,
ou muito pouco. Prosseguindo com o trabalho e atravessando
corajosamente os períodos temporários de desânimo e resistência, você vai
chegar ao ponto no qual essa concha endurecida se quebra e você não está mais
morto por dentro.
A primeira reação, porém, não
será agradável, nem pode ser. Todas as emoções negativas reprimidas, bem como a
dor reprimida, a princípio virão para a consciência e então parecerá que você
estava certo ao reprimi-las. Só depois de prosseguir com o trabalho é que você
obterá a recompensa, sob a forma de sentimentos bons e construtivos.
Se a sua solução falsa é a
submissão, a fraqueza, o desamparo e a dependência como meios de conseguir os
cuidados de alguém – não necessariamente no âmbito material, mas emocionalmente
– essa é igualmente uma solução limitada e insatisfatória. A dependência
constante de outras pessoas cria medo e desamparo. Ela aumenta ainda mais
a sua falta de confiança em si mesmo. Enquanto a solução do retraimento fez de
você um morto quanto aos sentimentos, privando-o do significado maior da vida,
a solução da submissão rouba de você a independência e a força, e cria não
menos isolamento que retraimento, embora o faça através de um caminho interno
diferente. Originalmente, você queria evitar a dor munindo-se de uma pessoa
forte para cuidar de você. Na
realidade você inflige mais dor sobre si mesmo porque não é possível encontrar
essa pessoa. Essa pessoa tem que ser você mesmo.
Ao fazer-se deliberadamente de fraco, você exerce a mais
forte das tiranias sobre os outros. Não existe tirania
mais forte que aquela que uma pessoa fraca exerce sobre os mais fortes, ou
sobre todo o ambiente. É como se essa pessoa estivesse sempre dizendo: “Sou tão
fraca! Você tem de me ajudar. Sou tão indefesa! Você é responsável por mim. Os
erros que eu cometo não contam porque eu não sei fazer de outro modo.
Eu não posso evitar. Você deve ser indulgente comigo todo o tempo e
permitir que eu escape das consequências. Não se pode esperar que eu assuma
total responsabilidade pelas minhas ações ou ausências delas, por meus
pensamentos e sentimentos ou falta deles. Eu posso falhar porque sou fraco.
Você é forte e portanto tem que compreender tudo. Você não pode falhar porque o
seu fracasso iria me afetar”. A autoridade preguiçosa e autoindulgente
dos fracos impõe exigências estritas às outras criaturas. Isso se torna
evidente se a expectativas não verbalizada e o significado das reações
emocionais forem investigados e então interpretados sob a forma de pensamentos
concisos.
É uma falácia pensar que a pessoa
fraca é inofensiva e fere menos as outras pessoas que aquela que é agressiva e
dominadora. Todas as falsas soluções trazem dor implícita à personalidade,
assim como aos outros. Pelo retraimento, você rejeita os outros e retém o amor
que quer dar a eles e que eles, por sua vez, querem receber de você. Pela submissão,
você não ama, apenas espera ser amado. Você não vê que os outros também têm as
suas vulnerabilidades, suas fraquezas e necessidades. Você rejeita por inteiro
essa parte da natureza humana das outras pessoas e, assim, você as fere.
Através da solução agressiva, você afasta as pessoas e as machuca abertamente
com falsa superioridade. Em todos os casos. Você fere os outros e, assim,
inflige uma ferida ainda maior em si mesmo. E essa ferida não pode deixar de
trazer consequências. Portanto, as falsas soluções, destinadas a eliminar
a dor original, apenas trazem consigo mais dor.
Todas as falsas soluções são
incorporadas à sua autoimagem idealizada. Uma vez que a natureza da autoimagem
idealizada é o auto engrandecimento, ela o separa dos outros. Uma vez que a
natureza dela é a separação, ela isola você e o faz solitário, bem como a todos
os que se relacionam com você. Visto que a sua natureza é falsidade e
fingimento, ela o aliena de si mesmo, da vida e dos outros. Tudo isso
inevitavelmente causa-lhe dor, mágoa,
frustração, insatisfação. Você escolhe uma saída para a dor e para a
frustração, mas traz ainda mais daquilo que você queria evitar. Contudo,
reconhecer claramente esse fato e juntar os elos dessa cadeia requer o trabalho
ativo da pesquisa sincera de si mesmo.
O perfeccionismo que está tão
profundamente arraigado em você e na sua autoimagem torna impossível aceitar a
si mesmo e aos outros, aceitar a vida na sua realidade, e você, portanto, é
incapaz de lidar com ela e resolver tanto os seus problemas quanto os problemas
da vida. Isso faz com que você se abstenha da experiência de viver no seu
verdadeiro sentido.
Se você se tornou, pelo menos até
um certo ponto, consciente de algumas das suas imagens, falsas soluções e da
natureza da sua autoimagem idealizada particular, talvez você tenha a esta
altura um vislumbre da maneira pela qual você é alienado de si mesmo e
perfeccionista. Deu-se conta, portanto, da extensão do dano causado a você
mesmo e aos outros. Você
pode estar próximo do limiar que abre caminho para uma nova vida interior, uma
vida que contém a disposição emocional de abandonar todas as defesas. Caso
ainda não tenha chegado até lá, você vai aproximar-se dessa fase muito em
breve, desde que continue o seu trabalho com disposição interior.
O mero exercício de observar
constantemente as próprias emoções e reações irreais e imaturas enfraquece o
seu impacto e inicia um processo de dissolvê-las, por assim dizer,
automaticamente. Quando uma certa dissolução tiver acontecido, a psique estará
pronta para cruzar o limiar; mas o ato de cruzá-lo é doloroso no início.
A dor da mudança
Você poderia esperar, ao
atravessar esse importante limiar, que os padrões novos e construtivos pudessem
substituir imediatamente os antigos padrões destrutivos, tal expectativa não é
realista e não corresponde à verdade. Os padrões construtivos não
podem ter uma base sólida antes que você experimente e atravesse a dor e a
frustração originais e tudo aquilo de você fugia. Essa coisa à qual você virou a face tem que ser
encarada, sentida, experimentada, compreendida. Você tem de lidar com ela, tem de
chegar a um acordo e assimilá-la antes que o que é doentio e não realista seja
dissolvido, antes que o que é imaturo amadureça e que as forças sadias, mas
reprimidas, sejam trazidas para os seus canais próprios de forma que operem de
maneira construtiva para você. Quanto mais você adia esse doloroso processo, mais
difícil e demorado ele será quando você finalmente estiver pronto para passar
da infância para a idade adulta. A dor desse processo é uma dor
saudável de crescimento e a luz estará à vista se e quando você superar a sua
resistência a ele. A força, a autoconfiança e a capacidade de viver
integralmente, com todos os seus padrões construtivos começando a funcionar,
constituem, ampla compensação por todos os anos de vida destrutiva e
improdutiva, bem como pela dor de atravessar o portal para a maturidade
emocional.
Você pode imaginar-se
sendo poupado da experiência da dor contra a qual você instituiu os padrões
destrutivos? Você os utilizou para fugir de algo que ocorreu na sua vida, e o
fato de isso ser real ou imaginário faz pouca diferença. Foi o processo
fantasioso de fugir e voltar as costas a algo que existe ou existiu, não
encarado, portanto, a sua realidade nem lidando com ela, que causou a doença da
sua alma. Por conseguinte, é essa área que tem que ser
tratada agora. É por isso que aqueles dentre vocês que deram os seus primeiros
passos hesitantes do limiar estão confusos pela dor da experiência. Com
frequência você não compreende inteiramente porque isso ocorre; você pode ter
uma vaga ideia e algumas respostas parciais, mas esta palestra vai ajudá-lo a
conseguir um entendimento mais profundo da razão pela qual isso acontece.
Intelectualmente todos vocês
sabem que este Pathwork não é um conto de fadas no qual a pessoa descobre os
seus desvios suas concepções errôneas e evasões e, depois de ter feito isso,
aguarda-o naturalmente, nada além de uma grande felicidade. É verdade,
naturalmente, que, em última análise, a libertação dos grilhões do erro e de
desvio necessariamente lhe trará a felicidade, mas até que você alcance esse
estágio, muitas áreas de sua alma têm que ser experimentadas até que a sua
psique esteja realmente preparada para obter o melhor da vida. Mesmo depois de
a dor aguda ter recebido o tratamento adequado, não estando, portanto, mais
presente, existirá a expectativa irreal, embora com frequência inconsciente, de
que a vida a partir de então sempre irá garantir aquilo que você deseja. Não,
meus amigos. Todavia, a realidade é muito melhor. Na verdade, você vai aprender
a enfrentar os reveses e as dificuldades, em vez de ser arrasado por eles. Você
não irá fortalecer as suas defesas destrutivas. Isso, por sua vez, vai
equipá-lo com os instrumentos para tirar o melhor de cada oportunidade e para
obter o máximo benefício e a maior felicidade de cada experiência da vida.
É desnecessário dizer que isso
jamais é conseguido com os seus mecanismos de defesa destrutivos e com suas
várias imagens. Deixe-me repetir aqui o que tenho dito com frequência: a
princípio, os eventos negativos externos vão continuar a cruzar o seu caminho,
como resultado dos seus arraigados padrões do passado, mas você vai encará-los
de maneira diferente. À medida que aprende a fazê-lo, você se torna consciente
de muitas oportunidades de felicidade que você ignorou no passado. Dessa
maneira, você começa a modificar os seus padrões até que muito, muito
gradualmente os eventos externos infelizes cessam. Mas enquanto você se
encontrar no início desse estágio, não espere satisfação e felicidade imediatas
em cada aspecto. Primeiro você precisa ver as suas possibilidades e
oportunidades e a sua capacidade independente de escolha, em vez de ficar totalmente
indefeso à espera que o destino lhe traga felicidade.
A essa altura, você deve
compreender como, em muitos aspectos, causou a sua própria infelicidade por
meio das suas próprias evasões
e defesas, destrutivas e divorciadas da realidade. Você perceberá agora, com um
novo senso de força, como pode criar a sua própria satisfação e felicidade. Da
mesma forma que antes, isso não pôde ser feito por meio de compreensão
intelectual. É um processo interior que cresce organicamente. Assim como
você, agora, compreende em profundidade que nenhum destino ou Deus cruel o
puniu ou negligenciou, da mesma maneira irá entender e saber que, na verdade, é
você que pode criar toda a satisfação que a sua alma deseja com um anseio do
qual você nem ao menos tinha consciência quando iniciou este Pathwork.
Essa consciência só pode emergir
depois de uma compreensão mais completa de todas as suas falsas soluções e
concepções errôneas, cujas profundezas o farão consciente das suas
necessidades. O resultado primordial deste Pathwork é o entendimento do seu
próprio sistema de causas e efeitos e o senso de força, independência,
autoconfiança e justiça que essa compreensão dá a um individuo. Quanto tempo
leva para atingir os primórdios hesitantes dessa força e para, mais tarde, aumentá-la,
depende dos seus esforços, da sua vontade interior e da sua superação da sempre
presente resistência, a qual se desgasta apenas depois que você obtém
considerável reconhecimento dos seus caminhos tortuosos.
A dor da insatisfação
Agora, meu amigo, quando você se
depara com essa dor, é ela realmente apenas a dor que você experimentou um dia
quando criança? Será essa realmente a frustração que a criança sofreu por causa
dos pais e nada mais? Não, isso não e inteiramente correto. É verdade que essa
dor e essa frustração originais afetaram a flexibilidade da sua psique, sua
capacidade de adaptação, e assim o tornaram incapaz de lidar com elas. Esses
eventos fizeram com que você lhes virasse as costas procurasse por “soluções”
insatisfatórias. Mas a dor que você experimenta agora é muito mais a dor
presente da insatisfação, causada pelos seus padrões improdutivos. Você não
pode distinguir isso consciente e não pode sequer ter consciência da dor
infantil original. Pode ser preciso muito tempo e muita auto-observação para
chegar mesmo a distinguir a dor. Depois que o fizer, você verá que a dor mais
aguda e o seu desespero com a sua vida e com você mesmo agora, e não no
passado. Este é importante somente porque ele fez com que você instituísse os
modos improdutivos responsáveis pela sua dor atual.
Se você não fugir da dor, mas a
enfrentar, passar por ela, tomando consciência do seu significado, você vai se
dar conta de que as suas necessidades atuais não satisfeitas provocam a dor.
Sua frustração será com a sua inabilidade atual para produzir satisfação. Você
ainda não é capaz de ver o que pode fazer a esse respeito, sentindo-se preso na
sua própria armadilha, incapaz de enxergar a saída e, assim, ficando dependente
de intervenção exterior, sobre a qual não tem nenhum controle. Só depois
de ter corajosamente se tornado consciente de todas essas impressões e reações
é que você gradualmente verá uma saída e, portanto, diminuirá o seu desamparo e
aumentará a sua força independente e o seu tirocínio.
Numa palestra anterior nós
discutimos as necessidades humanas. Antes que você descubra as suas várias
“camadas protetoras”, você não pode conhecer algumas das suas necessidades
reais. Você pode conhecer algumas das suas necessidades irreais, superpostas,
mas só após uma compreensão mais completa de si mesmo é que você se torna
gradualmente consciente das necessidades básicas, nuas, que você mantinha
reprimidas. Quando você experimenta a dor antes de cruzar o limiar para a
maturidade emocional e padrões produtivos, você tem a possibilidade, se assim
escolher, de ficar precisamente consciente dessas necessidades. Isso é
inevitável se você deseja sair do seu presente estado de viver improdutivo.
À medida que passa pelo processo
de tomada de consciência das suas necessidades e da frustração causada pela
insatisfação, você descobrirá primeiro a imperiosa necessidade de ser amado
exatamente como a criança precisa receber amor e afeição. Contudo, não se pode
dizer que a necessidade de ser amado é infantil e imatura. Só é assim quando a
pessoa adulta trancou a sua alma e se recusou a crescer em sua própria
capacidade de dar amor, de forma que a necessidade de receber permanece isolada
e também encoberta. Através dos seus padrões destrutivos você empurrou a
sua dolorosa necessidade de receber amor para o inconsciente. Devido a essa
falta de consciência e aos seus mecanismos de defesa de várias espécies, a sua
capacidade de dar jamais pôde crescer no interior da sua psique.
Todavia, durante todo o trabalho que temos feito, você não apenas se
tornou consciente de tudo isso que estava oculto, mas, como eu disse antes,
você começou a dissolver certos níveis nefastos. Isso, como que
inadvertidamente, fez com que a sua capacidade de dar amor emergisse, mesmo que
você não possa ainda se dar conta disso, de forma completa. Ao
encontrar a dor, você realmente experimenta a tremenda pressão das suas
necessidades. Por um lado, você encara a necessidade de receber, que continua
insatisfeita enquanto os padrões destrutivos prevalecem. É preciso algum tempo
para conseguir a força necessária e o tirocínio requerido para produzir a
satisfação da necessidade de receber. Por outro lado, a necessidade de
dar não pode encontrar escoadouro até que esse estágio seja atingido. Assim,
uma dupla frustração é causada – e isso gera uma tremenda pressão. É essa
pressão que é tão dolorosa. Ela parece parti-lo em pedaços.
A mudança da evasão para a
realidade
Porém, não acredite que essa
pressão, essa frustração completa, não existia antes que você tomasse
consciência dela. Ela existia, mas criou outras saídas, talvez na doença física
ou em outros sintomas. À medida que você se dá conta do núcleo central, a
pressão e a dor podem se tornar mais agudas, mas é assim que tem que ser o
processo de cura. Você então dirige a sua consciência para a causa
central, onde o problema realmente reside. Você focaliza a sua atenção sobre a raiz. Você troca a
sua ênfase da evasão para a realidade. A verdadeira dor tem que
ser experimentada em todos os seus tons e variedades. Você tem que se dar conta de que as
suas necessidades são exatamente ambos, dar e receber. Você
precisa sentir e observar a frustração de não encontrar uma válvula de escape, a
pressão acumulada, o sentimento momentâneo de desesperança quanto encontrar
alívio; a tentação de fugir uma vez mais. À medida que você trabalha através
dessa fase e fica mais forte, você não foge mais de si mesmo e do risco
aparente de viver. Oportunidades surgirão no seu caminho. Você as verá e fará
uso delas. Elas lhe ensinarão a progredir no seu crescimento e na sua força até
que as suas necessidades possam encontrar satisfação parcial, e então
aumentá-las pouco a pouco enquanto você cresce e muda os seus padrões.
Você precisa entender que nesse
período você se encontra num estado transitório. Você se conscientizou da sua
necessidade de receber, que é saudável em si mesma, mas essa necessidade
tornou-se exageradamente forte e, portanto, imatura, por causa da sua repressão
sobre ela e da consequente frustração da satisfação sadia de receber. Se
você não recebe o bastante, sua demanda fica desproporcionada, especialmente
quando você está inconsciente dessa exigência estrita.
Devido ao seu progresso e ao
crescimento que ocorreu dentro de você, a necessidade madura de dar também
cresceu. Você pode não ter encontrado um escape para ela por causa dos padrões
destrutivos que ainda estavam atuando; talvez apenas em parte, talvez de foram modificadas.
Você pode até ter iniciado tentativas de um acordo entre o velho e o novo
caminho, este último sendo o desejado. Porém, não esqueça que resultados
efetivos só podem ocorrer quando os novos padrões se tornam uma reação
integrante e quase automática de você. Seus velhos padrões têm existido por
anos, por décadas, e com frequência por mais tempo. Agora, enquanto você
aprende e começa a mudar interiormente, a mudança externa não chega
imediatamente. Nesse período, a pressão interna pode se tornar mais forte
ainda. Contudo, se você se apercebe de tudo isso e tem coragem de enfrentá-lo,
necessariamente virá a ser uma pessoa mais forte, mais feliz, mais bem equipada
para viver no verdadeiro sentido da palavra. Tenha cuidado para não voltar à
evasão. Não acredite que esse período temporário no qual você encontra toda a
pressão interna acumulada, com o desamparo, a inadequação e a confusão que a
acompanham, seja o resultado final. Ele é o túnel através do qual você tem de
passar.
Depois que o fizer, o seu
senso de força, de adequação e o seu tirocínio (=O tirocínio, por sua vez, é a capacidade de utilizar todos os seus sentidos e sua
experiência anterior para encontrar soluções em meio à dificuldade.) vão
crescer constantemente – com ocasionais recaídas, é claro. Mas se
você fizer com que cada recaída se transforme em outro ponto de apoio, em mais
uma lição, os novos padrões, com o tempo, irão firmar-se no seu Ser Interior,
fazendo com que você veja as possibilidades que deixou de perceber por tanto
tempo. Você então vai ter a coragem de se aproveitar dessas possibilidades, em
vez de rejeitá-las por medo. Assim, e só assim, a satisfação virá.
É tão importante para você
entender isso, conscientizar-se disso. Se isso acontecer, as vantagens serão
suas.
Meus queridos amigos, sejam
abençoados, cada um de vocês. Que essas palavras possam ser mais uma chave e
uma ajuda para o seu crescimento e libertação constantes. Que elas possam
ajudá-lo tornar-se você mesmo, a tomar plena posse do indivíduo que você é, com
todos os recursos, com toda a energia, engenhosidade, criatividade e a força do
amor que são inerentes a você, aguardando permissão para funcionar livremente.
Fiquem em paz, fiquem com Deus.
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