- CAPÍTULO 10 - COMO ENFRENTAR A DOR DOS PADRÕES DESTRUTIVOS

Queridos amigos, saudações. Deus abençoe cada um de vocês. Esta é uma hora abençoada. A maioria dos que trabalham neste Pathwork terminam por abordar uma certa área dos problemas de sua alma na qual encontram dor. Para compreender o significado dessa dor eu gostaria de dar-lhes uma visão geral do processo da sua dissolução.

Em primeiro lugar, façamos uma recapitulação. A criança sofre com certas imperfeições do amor e da afeição dos pais. Sofre também por não ser integralmente aceita em sua própria individualidade. Com isso eu quero me referir à prática comum de tratar uma criança como uma criança antes que como um indivíduo em particular. Você sofre com isso, embora talvez nunca tenha tido consciência desse fato nestes termos ou em pensamentos exatos. Isso pode deixar uma cicatriz tão profunda quanto a falta de amor e atenção. A prática a que me refiro provoca tanta frustração quanto a falta de amor ou até mesmo a crueldade.

O clima geral no qual você o afeta como um choque pequeno mas constante, que frequentemente deixa uma marca mais forte que uma única experiência chocante e traumática. É por isso que esta última é geralmente mais fácil de curar que a primeira. O clima constante de não-aceitação da sua individualidade, bem como a falta de amor e compreensão, causa aquilo a que se chama neurose. Você aceita esse clima como algo inevitável. Ele simplesmente está lá e você acredita que tem que ser assim. Todavia, você sofre com ele. A combinação do sofrimento causado por esse clima e da crença de que ele é inalterável condiciona-o a desenvolver defesas destrutivas.

A dor e a frustração originais com as quais a criança não podia lidar são reprimidas. São retiradas da esfera da consciência, mas ardem na mente inconsciente. É então que as imagens e os mecanismos de defesa destrutivos começam a se formar. As imagens que você cria são mecanismos de defesa. Através das suas conclusões errôneas você busca uma maneira de lutar contra as influências indesejáveis que criaram a dor original. As falsas soluções são um meio de lutar contra o mundo, contra a dor e tudo o mais que você quer evitar.

A dor das falsas soluções

Quando a sua solução falsa é uma negação do sentimento, do amor e da vida, ela é uma defesa contra a possibilidade de ser ferido. Somente depois de uma visão considerável de si mesmo é que você se dará conta de quão irreal e limitado é esse “remédio”. Você vai querer mudar e vai preferir aceitar a dor à alienação de não sentir nada, ou muito pouco. Prosseguindo com o trabalho e atravessando corajosamente os períodos temporários de desânimo e resistência, você vai chegar ao ponto no qual essa concha endurecida se quebra e você não está mais morto por dentro.

A primeira reação, porém, não será agradável, nem pode ser. Todas as emoções negativas reprimidas, bem como a dor reprimida, a princípio virão para a consciência e então parecerá que você estava certo ao reprimi-las. Só depois de prosseguir com o trabalho é que você obterá a recompensa, sob a forma de sentimentos bons e construtivos.

Se a sua solução falsa é a submissão, a fraqueza, o desamparo e a dependência como meios de conseguir os cuidados de alguém – não necessariamente no âmbito material, mas emocionalmente – essa é igualmente uma solução limitada e insatisfatória. A dependência constante de outras pessoas cria medo e desamparo. Ela aumenta ainda mais a sua falta de confiança em si mesmo. Enquanto a solução do retraimento fez de você um morto quanto aos sentimentos, privando-o do significado maior da vida, a solução da submissão rouba de você a independência e a força, e cria não menos isolamento que retraimento, embora o faça através de um caminho interno diferente. Originalmente, você queria evitar a dor munindo-se de uma pessoa forte para cuidar de você. Na realidade você inflige mais dor sobre si mesmo porque não é possível encontrar essa pessoa. Essa pessoa tem que ser você mesmo.

Ao fazer-se deliberadamente de fraco, você exerce a mais forte das tiranias sobre os outros. Não existe tirania mais forte que aquela que uma pessoa fraca exerce sobre os mais fortes, ou sobre todo o ambiente. É como se essa pessoa estivesse sempre dizendo: “Sou tão fraca! Você tem de me ajudar. Sou tão indefesa! Você é responsável por mim. Os erros que eu cometo não contam porque eu não sei fazer de outro modo. Eu não posso evitar. Você deve ser indulgente comigo todo o tempo e permitir que eu escape das consequências. Não se pode esperar que eu assuma total responsabilidade pelas minhas ações ou ausências delas, por meus pensamentos e sentimentos ou falta deles. Eu posso falhar porque sou fraco. Você é forte e portanto tem que compreender tudo. Você não pode falhar porque o seu fracasso iria me afetar”. A autoridade preguiçosa e autoindulgente dos fracos impõe exigências estritas às outras criaturas. Isso se torna evidente se a expectativas não verbalizada e o significado das reações emocionais forem investigados e então interpretados sob a forma de pensamentos concisos.

É uma falácia pensar que a pessoa fraca é inofensiva e fere menos as outras pessoas que aquela que é agressiva e dominadora. Todas as falsas soluções trazem dor implícita à personalidade, assim como aos outros. Pelo retraimento, você rejeita os outros e retém o amor que quer dar a eles e que eles, por sua vez, querem receber de você. Pela submissão, você não ama, apenas espera ser amado. Você não vê que os outros também têm as suas vulnerabilidades, suas fraquezas e necessidades. Você rejeita por inteiro essa parte da natureza humana das outras pessoas e, assim, você as fere. Através da solução agressiva, você afasta as pessoas e as machuca abertamente com falsa superioridade. Em todos os casos. Você fere os outros e, assim, inflige uma ferida ainda maior em si mesmo. E essa ferida não pode deixar de trazer consequências. Portanto, as falsas soluções, destinadas a eliminar a dor original, apenas trazem consigo mais dor.

Todas as falsas soluções são incorporadas à sua autoimagem idealizada. Uma vez que a natureza da autoimagem idealizada é o auto engrandecimento, ela o separa dos outros. Uma vez que a natureza dela é a separação, ela isola você e o faz solitário, bem como a todos os que se relacionam com você. Visto que a sua natureza é falsidade e fingimento, ela o aliena de si mesmo, da vida e dos outros. Tudo isso inevitavelmente  causa-lhe dor, mágoa, frustração, insatisfação. Você escolhe uma saída para a dor e para a frustração, mas traz ainda mais daquilo que você queria evitar. Contudo, reconhecer claramente esse fato e juntar os elos dessa cadeia requer o trabalho ativo da pesquisa sincera de si mesmo.

O perfeccionismo que está tão profundamente arraigado em você e na sua autoimagem torna impossível aceitar a si mesmo e aos outros, aceitar a vida na sua realidade, e você, portanto, é incapaz de lidar com ela e resolver tanto os seus problemas quanto os problemas da vida. Isso faz com que você se abstenha da experiência de viver no seu verdadeiro sentido.

Se você se tornou, pelo menos até um certo ponto, consciente de algumas das suas imagens, falsas soluções e da natureza da sua autoimagem idealizada particular, talvez você tenha a esta altura um vislumbre da maneira pela qual você é alienado de si mesmo e perfeccionista. Deu-se conta, portanto, da extensão do dano causado a você mesmo e aos outros. Você pode estar próximo do limiar que abre caminho para uma nova vida interior, uma vida que contém a disposição emocional de abandonar todas as defesas. Caso ainda não tenha chegado até lá, você vai aproximar-se dessa fase muito em breve, desde que continue o seu trabalho com disposição interior.

O mero exercício de observar constantemente as próprias emoções e reações irreais e imaturas enfraquece o seu impacto e inicia um processo de dissolvê-las, por assim dizer, automaticamente. Quando uma certa dissolução tiver acontecido, a psique estará pronta para cruzar o limiar; mas o ato de cruzá-lo é doloroso no início.

A dor da mudança

Você poderia esperar, ao atravessar esse importante limiar, que os padrões novos e construtivos pudessem substituir imediatamente os antigos padrões destrutivos, tal expectativa não é realista e não corresponde à verdade. Os padrões construtivos não podem ter uma base sólida antes que você experimente e atravesse a dor e a frustração originais e tudo aquilo de você fugia. Essa coisa à qual você virou a face tem que ser encarada, sentida, experimentada, compreendida. Você tem de lidar com ela, tem de chegar a um acordo e assimilá-la antes que o que é doentio e não realista seja dissolvido, antes que o que é imaturo amadureça e que as forças sadias, mas reprimidas, sejam trazidas para os seus canais próprios de forma que operem de maneira construtiva para você. Quanto mais você adia esse doloroso processo, mais difícil e demorado ele será quando você finalmente estiver pronto para passar da infância para a idade adulta. A dor desse processo é uma dor saudável de crescimento e a luz estará à vista se e quando você superar a sua resistência a ele. A força, a autoconfiança e a capacidade de viver integralmente, com todos os seus padrões construtivos começando a funcionar, constituem, ampla compensação por todos os anos de vida destrutiva e improdutiva, bem como pela dor de atravessar o portal para a maturidade emocional.

Você pode imaginar-se sendo poupado da experiência da dor contra a qual você instituiu os padrões destrutivos? Você os utilizou para fugir de algo que ocorreu na sua vida, e o fato de isso ser real ou imaginário faz pouca diferença. Foi o processo fantasioso de fugir e voltar as costas a algo que existe ou existiu, não encarado, portanto, a sua realidade nem lidando com ela, que causou a doença da sua alma. Por conseguinte, é essa área que tem que ser tratada agora. É por isso que aqueles dentre vocês que deram os seus primeiros passos hesitantes do limiar estão confusos pela dor da experiência. Com frequência você não compreende inteiramente porque isso ocorre; você pode ter uma vaga ideia e algumas respostas parciais, mas esta palestra vai ajudá-lo a conseguir um entendimento mais profundo da razão pela qual isso acontece.

Intelectualmente todos vocês sabem que este Pathwork não é um conto de fadas no qual a pessoa descobre os seus desvios suas concepções errôneas e evasões e, depois de ter feito isso, aguarda-o naturalmente, nada além de uma grande felicidade. É verdade, naturalmente, que, em última análise, a libertação dos grilhões do erro e de desvio necessariamente lhe trará a felicidade, mas até que você alcance esse estágio, muitas áreas de sua alma têm que ser experimentadas até que a sua psique esteja realmente preparada para obter o melhor da vida. Mesmo depois de a dor aguda ter recebido o tratamento adequado, não estando, portanto, mais presente, existirá a expectativa irreal, embora com frequência inconsciente, de que a vida a partir de então sempre irá garantir aquilo que você deseja. Não, meus amigos. Todavia, a realidade é muito melhor. Na verdade, você vai aprender a enfrentar os reveses e as dificuldades, em vez de ser arrasado por eles. Você não irá fortalecer as suas defesas destrutivas. Isso, por sua vez, vai equipá-lo com os instrumentos para tirar o melhor de cada oportunidade e para obter o máximo benefício e a maior felicidade de cada experiência da vida.

É desnecessário dizer que isso jamais é conseguido com os seus mecanismos de defesa destrutivos e com suas várias imagens. Deixe-me repetir aqui o que tenho dito com frequência: a princípio, os eventos negativos externos vão continuar a cruzar o seu caminho, como resultado dos seus arraigados padrões do passado, mas você vai encará-los de maneira diferente. À medida que aprende a fazê-lo, você se torna consciente de muitas oportunidades de felicidade que você ignorou no passado. Dessa maneira, você começa a modificar os seus padrões até que muito, muito gradualmente os eventos externos infelizes cessam. Mas enquanto você se encontrar no início desse estágio, não espere satisfação e felicidade imediatas em cada aspecto. Primeiro você precisa ver as suas possibilidades e oportunidades e a sua capacidade independente de escolha, em vez de ficar totalmente indefeso à espera que o destino lhe traga felicidade.

A essa altura, você deve compreender como, em muitos aspectos, causou a sua própria infelicidade por meio das suas próprias evasões e defesas, destrutivas e divorciadas da realidade. Você perceberá agora, com um novo senso de força, como pode criar a sua própria satisfação e felicidade. Da mesma forma que antes, isso não pôde ser feito por meio de compreensão intelectual. É um processo interior que cresce organicamente. Assim como você, agora, compreende em profundidade que nenhum destino ou Deus cruel o puniu ou negligenciou, da mesma maneira irá entender e saber que, na verdade, é você que pode criar toda a satisfação que a sua alma deseja com um anseio do qual você nem ao menos tinha consciência quando iniciou este Pathwork.

Essa consciência só pode emergir depois de uma compreensão mais completa de todas as suas falsas soluções e concepções errôneas, cujas profundezas o farão consciente das suas necessidades. O resultado primordial deste Pathwork é o entendimento do seu próprio sistema de causas e efeitos e o senso de força, independência, autoconfiança e justiça que essa compreensão dá a um individuo. Quanto tempo leva para atingir os primórdios hesitantes dessa força e para, mais tarde, aumentá-la, depende dos seus esforços, da sua vontade interior e da sua superação da sempre presente resistência, a qual se desgasta apenas depois que você obtém considerável reconhecimento dos seus caminhos tortuosos.

 A dor da insatisfação

Agora, meu amigo, quando você se depara com essa dor, é ela realmente apenas a dor que você experimentou um dia quando criança? Será essa realmente a frustração que a criança sofreu por causa dos pais e nada mais? Não, isso não e inteiramente correto. É verdade que essa dor e essa frustração originais afetaram a flexibilidade da sua psique, sua capacidade de adaptação, e assim o tornaram incapaz de lidar com elas. Esses eventos fizeram com que você lhes virasse as costas procurasse por “soluções” insatisfatórias. Mas a dor que você experimenta agora é muito mais a dor presente da insatisfação, causada pelos seus padrões improdutivos. Você não pode distinguir isso consciente e não pode sequer ter consciência da dor infantil original. Pode ser preciso muito tempo e muita auto-observação para chegar mesmo a distinguir a dor. Depois que o fizer, você verá que a dor mais aguda e o seu desespero com a sua vida e com você mesmo agora, e não no passado. Este é importante somente porque ele fez com que você instituísse os modos improdutivos responsáveis pela sua dor atual.

Se você não fugir da dor, mas a enfrentar, passar por ela, tomando consciência do seu significado, você vai se dar conta de que as suas necessidades atuais não satisfeitas provocam a dor. Sua frustração será com a sua inabilidade atual para produzir satisfação. Você ainda não é capaz de ver o que pode fazer a esse respeito, sentindo-se preso na sua própria armadilha, incapaz de enxergar a saída e, assim, ficando dependente de intervenção exterior, sobre a qual não tem nenhum controle. Só depois de ter corajosamente se tornado consciente de todas essas impressões e reações é que você gradualmente verá uma saída e, portanto, diminuirá o seu desamparo e aumentará a sua força independente e o seu tirocínio.

Numa palestra anterior nós discutimos as necessidades humanas. Antes que você descubra as suas várias “camadas protetoras”, você não pode conhecer algumas das suas necessidades reais. Você pode conhecer algumas das suas necessidades irreais, superpostas, mas só após uma compreensão mais completa de si mesmo é que você se torna gradualmente consciente das necessidades básicas, nuas, que você mantinha reprimidas. Quando você experimenta a dor antes de cruzar o limiar para a maturidade emocional e padrões produtivos, você tem a possibilidade, se assim escolher, de ficar precisamente consciente dessas necessidades. Isso é inevitável se você deseja sair do seu presente estado de viver improdutivo.

À medida que passa pelo processo de tomada de consciência das suas necessidades e da frustração causada pela insatisfação, você descobrirá primeiro a imperiosa necessidade de ser amado exatamente como a criança precisa receber amor e afeição. Contudo, não se pode dizer que a necessidade de ser amado é infantil e imatura. Só é assim quando a pessoa adulta trancou a sua alma e se recusou a crescer em sua própria capacidade de dar amor, de forma que a necessidade de receber permanece isolada e também encoberta. Através dos seus padrões destrutivos você empurrou a sua dolorosa necessidade de receber amor para o inconsciente. Devido a essa falta de consciência e aos seus mecanismos de defesa de várias espécies, a sua capacidade de dar jamais pôde crescer no interior da sua psique.

Todavia, durante todo o trabalho que temos feito, você não apenas se tornou consciente de tudo isso que estava oculto, mas, como eu disse antes, você começou a dissolver certos níveis nefastos. Isso, como que inadvertidamente, fez com que a sua capacidade de dar amor emergisse, mesmo que você não possa ainda se dar conta disso, de forma completa. Ao encontrar a dor, você realmente experimenta a tremenda pressão das suas necessidades. Por um lado, você encara a necessidade de receber, que continua insatisfeita enquanto os padrões destrutivos prevalecem. É preciso algum tempo para conseguir a força necessária e o tirocínio requerido para produzir a satisfação da necessidade de receber. Por outro lado, a necessidade de dar não pode encontrar escoadouro até que esse estágio seja atingido. Assim, uma dupla frustração é causada – e isso gera uma tremenda pressão. É essa pressão que é tão dolorosa. Ela parece parti-lo em pedaços.

A mudança da evasão para a realidade

Porém, não acredite que essa pressão, essa frustração completa, não existia antes que você tomasse consciência dela. Ela existia, mas criou outras saídas, talvez na doença física ou em outros sintomas. À medida que você se dá conta do núcleo central, a pressão e a dor podem se tornar mais agudas, mas é assim que tem que ser o processo de cura. Você então dirige a sua consciência para a causa central, onde o problema realmente reside. Você focaliza a sua atenção sobre a raiz. Você troca a sua ênfase da evasão para a realidade. A verdadeira dor tem que ser experimentada em todos os seus tons e variedades. Você tem que se dar conta de que as suas necessidades são exatamente ambos, dar e receber. Você precisa sentir e observar a frustração de não encontrar uma válvula de escape, a pressão acumulada, o sentimento momentâneo de desesperança quanto encontrar alívio; a tentação de fugir uma vez mais. À medida que você trabalha através dessa fase e fica mais forte, você não foge mais de si mesmo e do risco aparente de viver. Oportunidades surgirão no seu caminho. Você as verá e fará uso delas. Elas lhe ensinarão a progredir no seu crescimento e na sua força até que as suas necessidades possam encontrar satisfação parcial, e então aumentá-las pouco a pouco enquanto você cresce e muda os seus padrões.

Você precisa entender que nesse período você se encontra num estado transitório. Você se conscientizou da sua necessidade de receber, que é saudável em si mesma, mas essa necessidade tornou-se exageradamente forte e, portanto, imatura, por causa da sua repressão sobre ela e da consequente frustração da satisfação sadia de receber. Se você não recebe o bastante, sua demanda fica desproporcionada, especialmente quando você está inconsciente dessa exigência estrita.

Devido ao seu progresso e ao crescimento que ocorreu dentro de você, a necessidade madura de dar também cresceu. Você pode não ter encontrado um escape para ela por causa dos padrões destrutivos que ainda estavam atuando; talvez apenas em parte, talvez de foram modificadas. Você pode até ter iniciado tentativas de um acordo entre o velho e o novo caminho, este último sendo o desejado. Porém, não esqueça que resultados efetivos só podem ocorrer quando os novos padrões se tornam uma reação integrante e quase automática de você. Seus velhos padrões têm existido por anos, por décadas, e com frequência por mais tempo. Agora, enquanto você aprende e começa a mudar interiormente, a mudança externa não chega imediatamente. Nesse período, a pressão interna pode se tornar mais forte ainda. Contudo, se você se apercebe de tudo isso e tem coragem de enfrentá-lo, necessariamente virá a ser uma pessoa mais forte, mais feliz, mais bem equipada para viver no verdadeiro sentido da palavra. Tenha cuidado para não voltar à evasão. Não acredite que esse período temporário no qual você encontra toda a pressão interna acumulada, com o desamparo, a inadequação e a confusão que a acompanham, seja o resultado final. Ele é o túnel através do qual você tem de passar.

Depois que o fizer, o seu senso de força, de adequação e o seu tirocínio (=O tirocínio, por sua vez, é a capacidade de utilizar todos os seus sentidos e sua experiência anterior para encontrar soluções em meio à dificuldade.) vão crescer constantemente – com ocasionais recaídas, é claro. Mas se você fizer com que cada recaída se transforme em outro ponto de apoio, em mais uma lição, os novos padrões, com o tempo, irão firmar-se no seu Ser Interior, fazendo com que você veja as possibilidades que deixou de perceber por tanto tempo. Você então vai ter a coragem de se aproveitar dessas possibilidades, em vez de rejeitá-las por medo. Assim, e só assim, a satisfação virá.

É tão importante para você entender isso, conscientizar-se disso. Se isso acontecer, as vantagens serão suas.

Meus queridos amigos, sejam abençoados, cada um de vocês. Que essas palavras possam ser mais uma chave e uma ajuda para o seu crescimento e libertação constantes. Que elas possam ajudá-lo tornar-se você mesmo, a tomar plena posse do indivíduo que você é, com todos os recursos, com toda a energia, engenhosidade, criatividade e a força do amor que são inerentes a você, aguardando permissão para funcionar livremente. Fiquem em paz, fiquem com Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  Introdução                                                                                                                                ...