- CAPÍTULO 14 - O QUE É O MAL?

Saudações, meus queridos amigos. Que esta palestra possa provar-se útil. Possa ser uma benção. Possam estas palavras lançar luz e esclarecimento na sua busca por libertação.

A maioria das religiões ocidentais assume uma abordagem dualista para a grande questão do mal; elas dizem que o mal é uma força diferente do bem. De acordo com essa ideia, as pessoas têm de enfrentar uma tomada de decisão entre o bem e o mal. O ponto de vista religioso reconhece o perigo do mal, o seu poder antivida e a infelicidade e o sofrimento que ele traz. Por outro lado, existem também filosofias que afirmam que o mal não existe, que ele é uma ilusão. Ambos esses ensinamentos antagônicos expressam grandes verdades, mas a exclusividade com a qual eles a professam, no fim das contas, tornam falsas as suas verdades. De fato, negar tem duas forças separadas, o bem e o mal. Você deve esforçar-se entre essas duas alternativas para encontrar a verdadeira resposta. Esta palestra vai ajudá-lo a fazer isso.

O mal como entorpecimento

O mal é o entorpecimento da alma, ou resulta dele. Por que o mal é entorpecimento? Quando você pensa nos mecanismos de defesa em ação na psique humana, a conexão entre o entorpecimento e o mal torna-se clara. Crianças que se sentem feridas, rejeitadas e impotentemente expostas à dor e à privação, frequentemente descobrem que entorpecer os seus sentimentos é a única proteção contra o sofrimento. Isso é comumente um aparato protetor útil e muito realista.

De modo semelhante, quando as crianças estão confusas por perceberem contradição e conflito à sua volta, emoções igualmente contraditórias surgem na sua própria psique. Crianças não podem lidar com nenhuma dessas duas situações. O entorpecimento é também uma proteção contra as suas respostas, seus impulsos e reações contraditórios. Nessas circunstâncias, ela pode mesmo ser uma salvação. Mas quando esse entorpecimento torna-se uma segunda natureza e é mantido muito depois que as circunstâncias dolorosas mudaram, e quando a pessoa não é mais uma criança indefesa, isso, na melhor das hipóteses, é o início do mal.

O entorpecimento e a insensibilidade em relação à sua própria dor significa o mesmo em relação à dor alheia. Quando uma pessoa examina as suas próprias reações de perto, pode comumente observar que a primeira reação espontânea em relação aos outros é um sentimento por eles e com eles, uma compaixão ou empatia, uma participação da alma. Mas a segunda reação restringe esse fluxo emocional. Algo estala por dentro e parece dizer não, o que significa que uma camada protetora de insensibilidade se formou. Nesse momento, a pessoa fica separada – aparentemente segura, mas separada. Mais tarde, o estado de separação pode ser exageradamente compensado por um falso sentimentalismo, uma dramatização e uma simpatia exagerada e insincera. Mas esses são apenas substitutos para o entorpecimento. Este, instituído pela própria pessoa, inevitavelmente se espalha para os outros, da mesma forma que toda atitude adotada em relação a si mesmo se expande inevitavelmente em direção aos outros.

Podemos distinguir os três estágios de entorpecimentos. Primeiro, entorpecimento em relação a si mesmo, como um mecanismo de proteção segundo, entorpecimento em relação aos outros. Neste estágio, ele é uma atitude passiva de indiferença que permite observar o sofrimento alheio sem sentir desconforto. Muito do mal que há no mundo é causado por esse estado de alma. Justamente por ser menos óbvio, ele é mais prejudicial a longo prazo, pois a crueldade ativa induz reações mais rápidas. A indiferença passiva, contudo, nascida do amortecimento dos sentimentos, pode passar despercebida por ser muito fácil de camuflar. Ela permite que a pessoa siga os impulsos mais egoístas sem que essa atitude seja detectada. A indiferença pode não ser tão ativamente maléfica quanto a crueldade ativa, mas ela é tão danosa quanto está a longo prazo.

Crueldade

O terceiro estágio do entorpecimento é a crueldade ativamente infligida. Ele tem sua origem no medo dos outros, que perecem estar à espera desses atos; na incapacidade de lidar com fúrias desabridas ou num processo sutil de fortalecimento do aparato protetor de entorpecimento. A princípio, isso pode parecer incompreensível, mas quando você pensa profundamente sobre o tema, descobre que as pessoas podem ocasionalmente, quase conscientemente, achar-se à beira de uma decisão. “Ou eu permito que os meus sentimentos busquem uma empatia com o outro ou, para repelir esse forte influxo de sentimentos calorosos, eu tenho que agir de maneira exatamente oposta”. No momento seguinte, esse raciocínio se foi, a decisão consciente foi esquecida e o que permanece é uma força que compele a atos cruéis.

Em todos esses casos pode-se ver repetidamente como todo o dano, toda a destrutividade, todo o mal resultam da negação do Eu Verdadeiro espontâneo e da adoção de reações secundárias como substitutos que de uma forma ou de outra, estão sempre relacionadas com o medo.

A fronteira entre o entorpecimento passivo e a crueldade ativa é com frequência muito tênue e precária, muito dependente de circunstâncias aparentemente externas. Se as pessoas compreendessem esses processos, não apenas intelectualmente mas dentro delas mesmas, elas estariam equipadas para lidar com a crueldade do mundo, que tão frequentemente dá origem ao desespero, à dúvida e à confusão. A crueldade ativa entorpece a pessoa que a perpetra em um grau ainda maior. Ela não apenas proíbe o influxo dos sentimentos positivos espontâneos como também afasta o medo e a culpa. O ato de infligir dor aos outros ao mesmo tempo mata a capacidade que a própria pessoa tem de sentir. Portanto, ela é um aparato mais forte usado para alcançar o entorpecimento.

Você sempre deve distinguir os comportamentos ativos, tanto de crueldade quanto de indiferença, das tendências emocionais. A indiferença ou o entorpecimento podem não ser ativamente executados; é possível experimentar essa não-participação e esse entorpecimento, mas não agir de acordo com eles. Você pode fazer tudo o que puder para ajudar outra pessoa, talvez algumas vezes até exagerar, só porque não quer, no nível consciente, ser tão indiferente. O desejo de ferir os outros pode existir apenas como uma emoção, sem que jamais seja expresso em atos. Contudo, quando você se sente culpado, não diferencia essas manifestações vitais e, assim, não faz diferença se você sente ou age de forma destrutiva e danosa. Por conseguinte, toda a área problemática é negada, empurrada para fora da consciência, onde ela não pode mais ser corrigida. Admitir, reconhecer, encarar uma emoção, não importa quão indesejável ela seja, não pode jamais ferir a própria pessoa ou os outros e, com o tempo, necessariamente dissolve o sentimento negativo. Confundir o impulso com o ato e, portanto, negar a ambos, resulta em extrema perturbação para a personalidade, afetando os outros indiretamente, sem a esperança de mudança enquanto o processo permanece inconsciente.

Visto sob essa luz, ficará claro que o entorpecimento em seu extremo torna-se uma crueldade ativa. A diferença entre eles é apenas em grau. É de extrema importância que você entenda isso, pois aqueles que estão mais chocados, mais temerosos e incapazes de lidar com a crueldade que existe no mundo, e que mais sofrem com o simples conhecimento de que ela existe, fizeram-se inevitavelmente entorpecidos de algum modo e, consequentemente , sofrem pela culpa. Portanto, deve existir uma correlação entre o entorpecimento de uma pessoa e sua abordagem ou atitude em relação aos aspectos maléficos da vida. Algumas pessoas podem estar exageradamente sobrecarregadas, outras exageradamente sentimentais, outras ainda podem ser demasiadamente duras e indiferentes à existência do mal. Qualquer uma dessas reações exacerbadas está obrigatoriamente ligada ao entorpecimento que, em algum aspecto, foi instituído na psique, num certo momento, esse entorpecimento pareceu ser a única proteção disponível; depois, ela foi inconscientemente mantida.

Ligação da força vital com situações negativas

Com frequência, pergunta-se porque existe a destrutividade, a doença, a guerra e a crueldade. As respostas para essa pergunta, em geral, não são suficientemente compreendidas, mas mesmo quando elas são compreendidas em parte, algo fica faltando. Penso que a maioria de vocês agora está pronta para entendê-lo num nível mais profundo. Tenho dito repetidamente que as concepções errôneas criam o conflito, e isso é perfeitamente verdadeiro. Existe, porém, um elemento adicional sem o qual nenhuma concepção errônea poderia ter poder. É o seguinte: a mera negatividade, como numa atitude destrutiva, tem um efeito destrutivo muito menor que a destrutividade ligada e combinada ao princípio vital positivo. É isso o que torna as manifestações neste plano terrestre particularmente sérias ou severas. Em outras palavras, quando uma força positiva se mistura com uma atitude destrutiva ou com negatividade, sua combinação cria o mal. A verdadeira destrutividade é portanto, não apenas uma distorção da verdade e dos poderes universais construtivos, mas uma distorção que deve ser permeada por um poderoso princípio vital e pelo seu poder construtivo. Se o princípio vital não estivesse envolvido e não fosse utilizado inadvertidamente, então o mal, ou destrutividade, teria uma duração muito curta.

A melhor maneira para que você possa aplicar o que eu digo aqui, e retirar desta palestra mais que um princípio vago e abstrato, é vendo-se a si mesmo da seguinte perspectiva: todos vocês que se encontram neste Trabalho do Caminho”  descobriram certas feridas e dores que suportaram quando crianças. Alguns começaram a compreender, mesmo que muito superficialmente, que no momento em que foram feridos um processo específico teve lugar. O princípio erótico, ou o princípio do prazer, foi posto a serviço do seu ferimento, do seu sofrimento, da sua dor. Todas as emoções surgidas dessa ferida original, de acordo com o seu caráter e o temperamento, também combinam com o princípio do prazer. Essa ligação cria todas as dificuldades pessoais, todas as circunstâncias indesejáveis.

Todas as almas que habitam esta terra, somadas, criam o conflito geral do gênero humano. Quando você se der conta do número de pessoas, independentemente da sua ação exterior, que só pode experimentar o princípio do prazer em fantasias de crueldade, vai compreender que esse é o verdadeiro núcleo da guerra – da crueldade como um todo. Isso não deve fazê-lo sentir-se culpado. Antes, deve esclarecê-lo e libertá-lo para permitir que os seus processos internos se transformem. Porque foi uma ferida malbaratada e mal entendida que criou essa situação. A crueldade sem o princípio do prazer jamais poderia ter poder real. A falta de consciência dessa combinação de crueldade e prazer não alivia, de modo algum, o efeito que ela tem sobre o clima geral da emanação da humanidade.

A persistência do mal: o prazer ligado à crueldade

Se você experimentou a crueldade, o seu princípio do prazer está ligado a ela e funciona de certa forma em conexão com ela. Com frequência, a culpa e a vergonha em relação a isso são tão fortes que toda a vida de fantasia é negada, mas às vezes esse fato é consciente. Deve-se estabelecer a consciência dessa verdade e ela deve ser compreendida de um ponto de vista geral, pois se for verdadeiramente entendida, tanto a culpa quanto a vergonha serão removidas. Na medida em que crescer a compreensão, o princípio do prazer responderá gradualmente a eventos positivos.

A combinação do princípio do prazer com a crueldade pode existir de forma ativa ou passiva. Isto é, o prazer é experimentado ao infligir-se crueldade ou suportá-la – ou ambos. A ligação do princípio do prazer a uma condição na qual ele funciona mais fortemente em conjunção com a crueldade cria uma retirada do amor, limita-o apenas como um vago anseio que não pode ser seguido ou mantido até o fim. Nessas circunstâncias, o amor não é a experiência tentadora e prazerosa que pode ser para uma outra parte da personalidade. O anseio pelo prazer do amor e a ignorância do fato de que se rejeita a sua verdadeira experiência, por meio da ligação do princípio do prazer à negatividade, comumente criam uma profunda desesperança. A desesperança pode ser entendida e instantaneamente eliminada assim que este fato for compreendido em toda a sua profundidade.

Em casos menos evidentes, quando a criança não sofre uma agressão tão direta, mas apenas uma vaga rejeição e não-aceitação, o princípio do prazer se integrará numa situação semelhante. Isso cria um conflito nos relacionamentos da vida real.

A primeira hipótese, a de associar crueldade ao princípio do prazer, tornará um relacionamento tão incerto, que muitas vezes ele é totalmente evitado. Ou você o achará tão assustador que fica perplexo e, nesse caso, sente-se incapaz de continuar com ele. Ou você poderá ficar inibido por causa da vergonha de querer infligir ou suportar a crueldade, o que impede toda espontaneidade e faz você se retrair ou torna confusos todos os sentimentos.

Meus queridos amigos, é muitíssimo importante entender este princípio. Ele se relaciona com a humanidade como um todo, bem como com o indivíduo. Em geral, ele não tem sido bastante compreendido, porque a psicologia e a ciência espiritual não se fundiram suficientemente. A psicologia tem feito algumas vagas tentativas para compreender este fator e, em alguma medida ele tem sido compreendido, no entanto, não é entendida a sua grande importância em termos de civilização e seu destino, ou evolução. Agora o mundo está pronto para entender este fato da vida.

Evolução significa que cada indivíduo, através do processo de auto-confrontação e de autopercepção, gradualmente muda a orientação interior do princípio do prazer. Na sua reação espontânea, mais e mais indivíduos responderão a eventos, situações e condições positivos.

Todos vocês sabem que essa mudança íntima não pode ser desejada diretamente. A Expressão direta da sua vontade exterior pode e deve seguir na direção de manter e sustentar um trabalho como este Pathwork, o qual aumenta a habilidade de entender e cultivar a vontade e a coragem de olhar para si mesmo e descobrir e superar a resistência. E â medida que você faz isso, â medida que usa a sua vontade e as faculdades do seu Ego dessa maneira construtiva, a verdadeira mudança acontece, como alguns de vocês começam a experimentar, quase como se nada tivesse a ver com todos os esforços, como se fosse um subproduto, um desdobramento sem relação com esse esforço.

É assim que as coisas realmente são! É dessa maneira que o progresso e o crescimento devem ocorrer.

Gradualmente, através desse processo de crescimento, um indivíduo após outro reorienta os movimentos e as forças da alma. A expressão do movimento cósmico no interior da psique vai ligar-se então a condições e circunstâncias puramente positivas. Sentimentos positivos ou prazerosos não serão mais retirados de circunstâncias negativas. Agora você está acostumado a estas últimas e, portanto, reprime a combinação de sentimentos prazerosos e eventos negativos.

Em lugar de reprimi-la, negá-la, desviar o olhar, você deve enfrentá-la. Ao encarar e compreender esse fato, sem culpa ou vergonha, você tem de aprender no curso do crescimento que toda imperfeição deve ser aceita e compreendida antes que possa ser mudada. Assim, na medida em que é bem-sucedido em encarar e entender o seu conflito, o princípio do prazer vai correr em diferentes canais. Quando isso acontecer, a mobilidade irá existir sem tens ao e ansiedade, e o relaxamento vai existir sem estagnação.

Todos vocês, meus amigos, tentem encontrar o seu “casamento”interior específico entre a corrente do prazer e uma condição negativa. Quando encontrar esse casamento dentro das forças da sua alma, em termos específicos, você conhecerá e entenderá perfeitamente certas manifestações externas dos seus problemas. O alívio da plena compreensão só pode produzir-se quando você tem a coragem de encarar esse casamento. Quando você se tornar capaz de formular clara e concisamente como as forças positivas e negativas estão combinadas no seu caso específico, você verá claramente a imagem exata da sua insatisfação. Verá por que você se mantém escondido de si mesmo e da vida; por que se retira dos seus próprios sentimentos; por que reprime e monta guarda sobre as focas mais espontâneas e criativas que existem dentro de você. Você verá por que bloqueia sentimentos, às vezes com muita dor, e então tenta racionalizá-los e afastá-los com explicações.

Faça tentativas de descobrir os dois fatores que discuti:

Primeiro, descubra como você se entorpeceu; descubra as áreas nas quais desenvolveu uma insensibilidade para com a sua própria dor. Permaneça alerta quando estiver interagindo com os outros e procure por momentos nos quais tem um sentimento momentâneo e imediato de compaixão e empatia, e então, rapidamente, o afasta e torna-se separado e insensível.

Segundo, descubra em que aspecto o princípio de vida e prazer está ligado a uma condição negativa. Em que medida isso se manifesta – talvez apenas em suas fantasias – e como isso o afasta da autoexpressão, da união, da experiência, de um estado sem medo de auto- realização com um espírito próximo?

Há alguma pergunta relacionada a este tópico?

PERGUNTA: Eu gostaria de entender, de um modo um pouco mais concreto, esse casamento entre as forças do amor e da crueldade. Por exemplo, no caso de crianças que se sentem rejeitadas por suas mães, esse casamento significa que a pessoa não pode sentir prazer sem também sentir desejo de vingança – algum tipo de desejo sádico em relação à mãe? Isso acontece, talvez, só na fantasia, nunca na realidade, e então a pessoa está normalmente inconsciente de que o parceiro representa a mãe?

RESPOSTA: Sim, poderia ser exatamente assim. Ou poderia também ser que o prazer pudesse apenas ser experimentado em ligação com o fato de ser rejeitado novamente, ou um pouco rejeitado, ou com medo de que a rejeição pudesse ocorrer.

PERGUNTA: Mas elas não sentiram prazer quando foram rejeitadas.

RESPOSTA: É claro que não. Mas a criança usa o princípio do prazer para tomar o evento negativo, o sofrimento, mais suportável. Isso ocorre inconscientemente, de forma não intencional e quase que automática. Inadvertidamente, por assim dizer. O princípio do prazer combina-se com a condição negativa. O único modo pelo qual isso pode ser determinado é através da investigação da vida de fantasia de uma pessoa. É assim que o casamento é estabelecido. Então, os reflexos automáticos são atrelados a uma situação que combina inerente do prazer com o evento doloroso.

PERGUNTA: E a criança quer reproduzir essa rejeição?

RESPOSTA: Não de forma consciente, naturalmente. Ninguém realmente quer ser rejeitado. O problema é que as pessoas conscientemente desejam ser aceitas e amadas, mas inconscientemente elas não podem responder a uma situação completamente favorável de aceitação. Nesses casos, o princípio do prazer já foi conduzido para o canal negativo e só pode ser canalizado novamente através da consciência e do entendimento. A própria natureza desse conflito é que o princípio do prazer funciona de maneira que a pessoa menos o quer conscientemente. Não se pode dizer que a pessoa inconscientemente quer ser rejeitada, mas o reflexo já foi estabelecido numa criança. Você compreende isso?

PERGUNTA: Eu não entendo muito bem como se pode sentir prazer quando alguém é rejeitado, exceto sob a forma de vingança. Isso eu posso entender.

RESPOSTA: Talvez você possa imaginar também- isso é muito comum – que quando as pessoas se sentem seguras em serem aceitas e amadas, elas perde a centelha do interesse. Isso também é racionalização pela alegação de que essa é uma lei inevitável, que ocorre devido ao hábito ou a outras circunstancias. Mas isso não seria assim se não fosse pelos fatores discutidos nesta palestra. A centelha, o interesse, o fluxo dinâmico só existem quando há uma situação insegura ou infeliz. Vê-se isso com freqüência. Por vezes, a condição negativa se manifesta apenas em fantasias. Estas, quando examinadas de perto, de uma maneira ou de outra são ligadas ao sofrimento, à humilhação ou a hostilidade. Isso é que é chamado de masoquismo ou sadismo. Você compreende agora?

PERGUNTA: Sim, acho que sim.

RESPOSTA: Não há dúvida, meus queridos, de que cada um de vocês, desde que realmente o deseje, encontrará mais e mais paz, a vida dinâmica, a segurança interior que existe na auto-realização que vocês começaram a cultivar. Portanto, você experimenta momentos de viver no eterno agora de si mesmo, em vez de lutar para se afastar dele. Cada momento vivido agora deve trazer-lhe respostas. Se você relembrar esse fato simples em suas meditações, na sua aproximação de si mesmo, estas vão se tornar mais produtivas à medida que você prossegue. Aquilo que você espera do futuro será ainda mais libertador que o que você já começou a experimentar. Sejam abençoados, fiquem em paz, fiquem com Deus.

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